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Mato Grosso desiste de volta às aulas, apesar de poucos internados por coronavírus

Governador atende a pedidos de prefeituras do interior, que se puseram contra regresso em 4 de maio

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Ribeirão Preto

O governo de Mato Grosso recuou e não vai mais retomar as aulas nas redes pública e privada do estado a partir do próximo dia 4 de maio, como anunciado na última semana.

A decisão, tomada pelo governador Mauro Mendes (DEM), teve como objetivo atender pedidos de prefeitos do interior mato-grossense e a diretoria da AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios).

Na última quarta-feira (22), o estado anunciou que medidas de flexibilização poderiam ser tomadas devido à taxa de ocupação de leitos públicos para atendimento a pacientes com Covid-19 ser muito baixo.

Casal de idosos usa máscaras em rua comercial de Cuiabá; Mato Grosso tem baixa ocupação hospitalar por coronavírus
Casal de idosos usa máscaras em rua comercial de Cuiabá; Mato Grosso tem baixa ocupação hospitalar por coronavírus - Rogério Florentino/Folhapress

Segundo ele, em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) o índice era de 2,88% e, em leitos clínicos, de 0,25%, o que justificava a retomada das aulas, caso os índices não chegassem a 60% até a próxima quinta-feira (30).

A maioria dos prefeitos, de acordo com o estado, afirmou na reunião que as aulas deveriam permanecer suspensas, o que foi acatado. Não há um novo prazo previsto para a retomada das aulas, que foram interrompidas em 23 de março.

No dia do anúncio, Mato Grosso tinha 205 casos confirmados do novo coronavírus, com 6 mortes. Neste domingo (26), chegou a 250 casos, com 10 óbitos, 2 deles em Cuiabá.

“Mato Grosso tem 141 municípios com realidades muito diversas, inclusive em relação aos casos de contaminação. Por isso consultamos os prefeitos que, mais do que ninguém, sabem das condições de seus municípios. E eles entenderam que este ainda não é o momento adequado de retorno das aulas presenciais”, disse Mendes.

O estado está distribuindo 55 mil kits de alimentação escolar a alunos de famílias de baixa renda e foram disponibilizadas atividades em uma plataforma digital da Secretaria de Estado da Educação —aos que não têm acesso à internet, foram enviadas apostilas.

Ao anunciar o decreto de flexibilização na última quarta-feira (22), além de prever a retomada das aulas caso a ocupação de leitos em hospitais estivesse abaixo de 60%, Mendes liberou também o funcionamento de templos religiosos e parques públicos, com restrições como limite de frequentadores e a obrigatoriedade do uso de máscaras.

Sobre as aulas, ele disse que elas poderiam ser retomadas em 4 de maio se os baixos índices de internações se mantivessem e, também, para que não houvesse risco de comprometimento do ano letivo.

A inexistência de suspeitas de Covid-19 em cidades de Mato Grosso foi outro motivo levantado pelo governador.

Mato Grosso é um dos poucos estados que não definiram por decreto o fechamento do comércio, deixando para que as prefeituras tomassem as medidas que considerassem adequadas.​

A Prefeitura de Cuiabá, por exemplo, que tinha definido medidas de isolamento e suspensão de atividades, permitiu a reabertura do comércio varejista e atacadista a partir desta segunda-feira (27), das 10h às 16h, e prevê reabrir os setores de prestações de serviço a partir do dia 4. Indústrias voltarão a operar dia 11.

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