Ensino fundamental público melhora no Ideb e reduz abismo com rede privada, que fica estagnada

Escolas particulares não conseguem alcançar meta de qualidade de ensino

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São Paulo e Brasília

As redes públicas de ensino fundamental do país mantiveram o ritmo de avanço no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2019, enquanto a rede privada ficou estagnada. A melhora reduz o abismo de desigualdade entre as escolas, ainda que a diferença se mantenha em mais de um ponto na nota.

Parte dos resultados do Ideb foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido). O indicador, principal termômetro da educação brasileira, é calculado a cada dois anos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC (Ministério da Educação).

São levados em conta no Ideb o desempenho de estudantes em avaliação de matemática e língua portuguesa, chamada Saeb, e as taxas de aprovação escolar. A avaliação federal é feita ao fim de três etapas: anos iniciais (5º ano) e finais (9º ano) do ensino fundamental e ainda o ano final do ensino médio.

Desde 2007, a rede pública brasileira consegue superar a meta estabelecida para os anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano). Na média do país, elas passaram de 5,5, em 2017, para 5,7, no ano passado —a meta era de 5,5. Nas particulares, o índice se manteve estável em 7,1 —abaixo da meta, que era de 7,4.

Ainda assim, os dados indicam que 31% das escolas municipais, onde está a maior parte das matrículas dos anos iniciais, têm Ideb inferior a 4,9, ou seja, abaixo da meta.

A secretária de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), Izabel Lima Pessoa, disse que a pasta quer ter um olhar especial para os anos finais do ensino fundamental.

"Nossa equipe já tem preocupação com fundamental 2, a gente precisa começar esse trabalho com fundamental 2 de modo que nosso estudantes possam chegar ao ensino médio e estancar a questão da evasão", disse ela nesta terça-feira (15) durante entrevista para apresentar os dados no Inep, em Brasília.

Segundo Luiz Garcia, presidente da Undime (órgão que reúne os secretários municipais de Educação), a grande diversidade de realidades no país traz desafios particulares para o sistema educacional.

"Temos municípios de alto Ideb que já enfrentam desafio de avançar, o que indica que precisamos repensar aquilo que temos", disse ele, presente na entrevista.

As redes públicas de São Paulo (incluindo escolas estaduais e municipais) lideram o indicador nessa etapa, com nota 6,5. Seguem-nas as redes públicas do Paraná, com 6,4.

Para os anos iniciais, só não atingiram a meta estabelecida para o ano passado as redes públicas de Roraima, Amapá, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

Nos anos finais (do 6º ao 9º ano), o Ideb das públicas do país passou de 4,4 para 4,6, no mesmo período —sem conseguir alcançar a meta estabelecida em 5. Na rede privada, a nota ficou estagnada em 6,4 —também abaixo da meta de 7,1.

Para essas séries, só sete estados conseguiram alcançar as metas estabelecidas para o ano passado: Amazonas, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraná e Goiás.

Ainda que lidere o ranking para essas séries nas redes públicas, com Ideb de 5,2, São Paulo não atingiu a meta de 5,6 para 2019.

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