Descrição de chapéu Escolha a escola

Escolas de educação infantil tentam manter relevância no online; veja relatos de mães

Espaços têm de conservar o vínculo com as crianças, adaptar seus projetos pedagógicos e engajar os pais

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Lisandra Matias
São Paulo

A suspensão das aulas presenciais tem causado forte impacto nas escolas de educação infantil, principalmente as que atendem crianças com até três anos.

Além de dificuldades financeiras, já que muitos pais tiraram os filhos das escolas privadas com a crise, esses espaço enfrentam também o desafio de manter relevância no formato online, conservar o vínculo com as crianças, adaptar seus projetos pedagógicos e engajar os pais.

Veja abaixo relatos de uma mãe que optou por permanecer e outra que decidiu que o melhor era tirar os filhos ao menos até o fim do ano.

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"QUANDO FALO QUE TEM AULA, ELE APONTA PARA O COMPUTADOR"

O Arthur vai para a escola desde os 5 meses, se adaptou muito bem e, mesmo com a pandemia, eu não cogitei tirá-lo de lá.

Primeiro, porque ele criou um vínculo com a escola. Segundo, porque, mesmo virtual, a escola me dá um direcionamento, ajuda com as dúvidas e acompanha o desenvolvimento dele. Estou conseguindo fazer as atividades com ele e o aproveitamento tem sido bom. Neste período, inclusive, ele passou do berçário para a etapa seguinte, chamada integrado.

Além disso, acredito na proposta da escola e não queria prejudicar a instituição nem os funcionários. Fiquei angustiada no começo, mas ter um canal de comunicação aberto com a coordenação foi fundamental.

No berçário, toda semana eu recebia as propostas de atividades e brincadeiras. Eu o filmava, mandava para a professora e recebia um retorno.

Agora, na nova turma, as atividades são mais estruturadas. Também há encontros virtuais para trocar informações com as educadoras e para o Arthur interagir com elas. Quando falo que tem aula, ele já aponta para o computador.

Assim que a escola reabrir, ele vai voltar. Acredito na responsabilidade da escola e no comprometimento das famílias para essa retomada.

Lisa Carla Narumia, 48, fisioterapeuta, mãe do Arthur, 1 ano e 9 meses, que frequenta a Carandá Vivavida Educação, na zona sul de SP

"ENQUANTO A PROFESSORA FALAVA, OS GÊMEOS SAÍAM CORRENDO PELA CASA"

Meus filhos gêmeos de três anos tinham acabado de começar a escola quando veio a pandemia. A escola começou, então, a enviar links, duas vezes por semana, para colocarmos as crianças em contato com as professoras.

Achei que isso não seria produtivo, porque, nessa idade, eles não se concentram por muito tempo na mesma atividade. E foi isso que aconteceu: enquanto a professora falava, eles saíam correndo pela casa.

Resolvi tirá-los da escola em junho, já que eles não aproveitavam as atividades. Eu me senti frustrada, porque criamos expectativas para esse início da educação dos menores (são os caçulas de cinco filhos), mas o ambiente escolar, a troca entre as crianças e a vivência do dia a dia estavam totalmente comprometidos.

O mais importante nessa fase é justamente essa troca de experiências.

Quero que eles voltem à escola no ano que vem, caso a pandemia esteja minimamente controlada.

​Débora de Angelis Szikszay, 41, empresária, mãe de Tiago e Rafael, 3, que frequentavam o colégio Rio Branco, na região central de SP

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