68% dos cursos de universidades públicas têm desempenho alto em avaliação do MEC

Entre as faculdades particulares, 33% alcançam índice mais elevado de qualidade acadêmica

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São Paulo

Os cursos ofertados nas universidades públicas têm desempenho duas vezes melhor que o de faculdades particulares no Brasil, segundo avaliação do MEC (Ministério da Educação).

Em 68% das universidades públicas —inclui as redes federal, estadual e municipal— a performance é considerada alta no CPC (Conceito Preliminar de Curso), indicador de qualidade calculado pelo MEC e divulgado nesta quarta-feira (9).

Entre as particulares, o índice cai para 33%.

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) tem um discurso crítico em relação à qualidade das instituições federais.

Sob o argumento de que elas são dominadas pela esquerda, a gestão já tentou duas vezes trocar a forma de escolha de reitores por medidas provisórias, ambas sem sucesso. No entanto, segue interferindo na escolha acadêmica, tendo nomeado 16 reitores que não foram eleitos pelas instituições.

O resultado do CPC baseia-se em dados de 2019. O índice é calculado a partir da nota dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e outros indicadores, como a qualificação do corpo docente e a percepção dos estudantes sobre a formação durante o curso.

O conceito tem uma escala que vai de 1 a 5. As notas 1 e 2 são consideradas insuficientes e podem levar ao descredenciamento do curso e outras sanções às instituições. Já as notas 4 e 5 são consideradas as de maior performance.

A cada três anos, o MEC avalia um grupo de cursos de determinadas áreas do conhecimento. Em 2019, foram avaliados os campos de agronomia, arquitetura e urbanismo, biomedicina, engenharia civil, medicina e odontologia. Nesta edição, foram avaliados 8.367 cursos de 1.215 instituições de ensino.

Entre as universidades públicas, apenas uma recebeu conceito 1. Só 3,3% tiveram nota 2. Já entre as particulares, 9,7% estão nas faixas mais baixas do CPC.

Do total de cursos avaliados, 76% estão em instituições privadas, com ou sem fins lucrativos. Isso espelha a proporção geral de matrículas do ensino superior em universidades e faculdades particulares.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, que só acompanhou parte da apresentação dos dados, fez uma breve fala em que destacou a importância dos resultados diante do cenário atual da pandemia.

“A qualidade dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia, entre outros, é determinante para a formação dos profissionais que hoje estão nos hospitais e postos de saúde enfrentando a pandemia”, disse. O ministro, como em ocasiões anteriores, saiu da coletiva de imprensa antes do fim e sem responder perguntas de jornalistas.

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