Descrição de chapéu enem

Mais da metade dos inscritos falta ao 1º dia do Enem em meio à pandemia

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, atribuiu alta abstenção ao medo de infecção por campanha contrária

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Brasília

Mais da metade dos inscritos no Enem 2020 faltou ao primeiro dia do exame, realizado neste domingo (17) em meio ao avanço da pandemia de coronavírus.

Dos 5,7 milhões de inscritos, 51,5% (2.842.332) não compareceram ao exame. Essa é a maior taxa de abstenção da história do exame —na última edição, de 2019, os faltosos representaram 23,7% no primeiro dia.

Apesar do alto índice de faltas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, classificou como um sucesso.

"Fico satisfeito com o que fizemos em meio à pandemia, apesar da abstenção", disse o ministro em entrevista em Brasília na noite deste domingo (17). "Parte [da explicação pela abstenção foi] a dureza e medo da contaminação e parte de um trabalho de mídia contrário ao Enem que foi muito grande".

Ribeiro ressaltou que, apesar de tudo, de 2,5 milhões fizeram a prova.

"Para aqueles alunos que puderam fazer a prova, foi um sucesso", disse o ministro. "Eventualmente se nós disséssemos que não teria Enem isto seria um insucesso, uma derrota da educação brasileira".

A maior taxa de abstenção da história do Enem havia ocorrido em 2009, de 37%. Naquele ano, a prova vazou e o exame precisou ser remarcado.

Além da alta taxa de faltosos, o segundo Enem realizado sob o governo Jair Bolsonaro (sem partido) foi marcado pela superlotação de salas e o impedimento de candidatos de diversos estados do país para fazer as provas.

O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Alexandre Lopes, afirmou que o governo vai garantir a reaplicação da prova para quem foi barrado. Esses prejudicados devem se cadastrar para a reaplicação entre os dias 25 e 29 de janeiro.

O governo afirmou que os casos de impedimentos por superlotação foram isolados, em 11 locais de provas, nas cidades de Florianópolis (SC), Curitiba, Londrina (PR), Pelotas, Caixas do sul e Canoas (RS). Lopes disse que ainda não sabe o que ocorreu.

​"Não dá pra dizer a priori o que aconteceu, precisamos fazer averiguação para poder garantir que possam fazer reaplicação", disse. Segundo ele, o Inep vai analisar caso a caso os pedidos de reaplicação para conferir as atas dos locais de prova para que ninguém seja prejudicado e, por sua vez, faltosos não sejam beneficiados ao fazerem o mesmo pedido.

O Inep insistiu na realização do exame em meio ao avanço da pandemia. Defensorias e procuradorias haviam ingressado com ações judiciais para adiar a aplicação, o que ocorreu somente no Amazonas. Outras duas cidades de Rondônia decidiram pela suspensão.

O argumento do Inep era de que seriam garantidos. A Folha já havia mostrado que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) não havia garantido que todas as salas de aplicação foram organizadas para receber candidatos até 50% da capacidade dos espaços. A aposta de integrantes do órgão era de que muitos alunos deixariam de ir fazer a prova, o que garantiria baixa ocupação.

Lopes ressaltou que os casos em que houve impedimento de candidatos por superlotação foram residuais e, segundo ele, a segurança sanitária foi garantida no exame.

Já estão previstos para reaplicação, já remarcada para fevereiro, a participação dos inscritos do Amazonas, das duas cidades de Rondônia e de 8.180 inscritos que avisaram, antes da prova, que estavam contaminados por doenças infecciosas, como a Covid. O sistema para cadastramento para a reaplicação estará aberto para, além dos barrados, para quem tenha se infectado às vésperas da prova

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