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Na rede estadual de SP, 91 mil alunos não fizeram atividades letivas e terão chance de recuperação

Número representa 2,6% do total de estudantes das escolas estaduais paulistas

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São Paulo

Cerca de 91 mil alunos da rede estadual de São Paulo não acompanharam as aulas remotas nem entregaram nenhuma atividade letiva em 2020. A partir desta segunda (4), eles terão uma segunda chance, com recuperação presencial nas escolas do estado.

Por conta da suspensão das aulas presenciais, a Secretaria de Educação decidiu que em 2020 não haveria reprovação por baixo desempenho escolar, apenas nos casos em que o estudante não fez nenhuma atividade.

A pasta tenta evitar a reprovação ou abandono escolar desses 91 mil alunos (2,6% das matrículas da rede) com a recuperação presencial em janeiro. Se acompanharem as aulas neste mês, eles irão para a série seguinte e terão o aprendizado completo, dos dois anos, avaliado somente ao fim de 2021.

A maioria dos estudantes da rede está sem frequentar a escola por mais de 9 meses. Além da falta de computador, acesso a internet e ambiente adequado para os estudos, a desmotivação também é um desafio para engajá-los nas atividades.

No início de dezembro, o governo de São Paulo fez uma campanha com influenciadores digitais para tentar motivar os jovens a continuar estudando a distância. Cerca de dois meses antes, a pasta havia identificado que 500 mil alunos não tinham feito nenhuma atividade letiva durante o ano.

As aulas de recuperação tiveram início nesta segunda-feira nas escolas que têm alunos nessa situação. Há cidades em que todos os estudantes fizeram alguma atividade e, por isso, não terão nenhuma unidade com aulas para essa função, como é o caso de São Carlos (SP).

Segundo a secretaria, as aulas presenciais serão priorizadas para alunos dos 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Essas são as séries consideradas mais críticas, já que são de encerramento dos ciclos de aprendizado.

Também haverá aulas online, mas voltadas para alunos dos grupos de risco para o coronavírus.

O período de recuperação terá 25 aulas semanais, que poderão ser realizadas em três turnos (diurno, vespertino e noturno), distribuídas em cinco aulas diárias. As aulas nos anos iniciais do ensino fundamental terão 50 minutos, enquanto as aulas nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio terão duração de 45 minutos cada.

A recuperação será prioritariamente presencial, e o governador João Doria (PSDB) já anunciou que o ano letivo começará com aulas presenciais em todo o estado, independentemente da situação epidemiológica das regiões.

O governo decidiu que as escolas serão incluídas na lista de serviços essenciais e poderão ser abertas mesmo na fase vermelha de contenção da pandemia. O ano letivo de 2021 terá início em 1º de fevereiro na rede estadual paulista.

A secretaria de educação defende ainda que o retorno presencial seja obrigatório para alunos e professores. Só permaneceriam em casa, com atividade remota, quem for comprovadamente de algum grupo de risco para a Covid-19.

A decisão da obrigatoriedade, no entanto, ainda precisa de aprovação do Conselho Estadual de Educação, que vai se reunir no próximo dia 13 para discutir o assunto.

A reabertura de todas as escolas do estado não significa o retorno de todos os alunos ao mesmo tempo. Segundo o decreto publicado pelo governador, aulas com 100% dos estudantes só acontecerão se a região estiver na fase verde.

Na fase amarela, elas só podem receber até 70% dos alunos. Nas fases vermelha ou laranja, apenas até 35% dos matriculados. A secretaria ainda não informou como será o retorno parcial, mas o formato mais defendido é de que haja rodízio de estudantes e que seja dada prioridade para os mais vulneráveis.

Soares tem defendido que a retomada das aulas presenciais terá pouco impacto no avanço da Covid-19 pelo estado e que o retorno é importante para a recuperação acadêmica, emocional e social dos estudantes.

Dar prioridade para a reabertura das escola, mesmo em período de alta de casos de coronavírus, foi uma das políticas adotadas por países europeus, como França, Alemanha e Portugal que optaram por fechar comércios, bares e restaurantes, mas mantiveram os colégios funcionando.

Mais do que o déficit de aprendizado com o fechamento das escolas, a principal preocupação de especialistas de educação é com as consequências sociais e emocionais do isolamento de crianças e adolescentes. Eles também temem aumento no abandono escolar por conta da queda de renda das famílias.

Para evitar a evasão, o governo estuda criar uma bolsa de estudos para alunos de baixa renda. O projeto estudado pretende conceder auxílio de R$ 80 para 700 mil alunos de ensino fundamental e médio.

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