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Governo de SP recomenda que escolas particulares fiquem abertas para quem precisa

Tendência é que as escolas sigam o que defende famílias sobre a abertura, mas polarização torna praticamente impossível que decisões não sejam questionadas

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São Paulo

O governo de São Paulo está recomendando às escolas particulares que permaneçam abertas na nova fase vermelha a fim de atender os estudantes que precisem frequentar atividades presencialmente.

A necessidade pode ser logística, como o fato de os pais trabalharem em serviços essenciais e não terem com quem deixar os filhos, ou ligada a dificuldades de aprendizado e ao risco para a saúde mental.

Em São Paulo, desde decreto de dezembro, a educação é considerada como atividade essencial, e a abertura é obrigatória para as escolas estaduais. No caso das municipais, isso depende da determinação de cada prefeitura e, na capital, decidiu-se também pela obrigatoriedade.

Já para a rede particular, é facultativa, o que levou alguns colégios, como o Equipe, de Higienópolis (região central), e o Santa Cruz, no Alto de Pinheiros (zona oeste), a optarem pelo fechamento a partir da próxima semana. Outros estão restringindo o número de alunos presenciais e enviando comunicados às famílias pedindo que, se possível, mantenham os filhos em casa por ora.

A tendência é que as escolas sigam o que defende a maioria das famílias em relação à abertura, mas a polarização nesse tema torna praticamente impossível que as decisões não sejam questionadas. Há pressão para todos os lados.

No Santa Cruz, por exemplo, um grupo de pais organizou um abaixo-assinado falando em “consternação” com a decisão de fechamento. O documento lembra que o colégio não seguiu a determinação do governo estadual de cancelar o feriado do Carnaval e que agora vai contra a recomendação oficial de que as escolas permaneçam abertas.

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, reforçou na coletiva de imprensa desta quarta (3) a necessidade de que se restrinjam as atividades presenciais mas também a solicitação de que as escolas considerem a importância de permanecer abertas depois de um fechamento que durou quase um ano.

A secretaria afirma que essa tem sido a orientação a gestores escolares: “Recomendamos fortemente que as escolas, sejam públicas ou privadas, estejam abertas sempre que houver demanda, para atender os estudantes que mais precisam”, diz Soares à Folha.

Essa tem sido também a orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), ou seja, uma abertura concentrada em alunos prioritários: “Temos orientado que se atenda quem realmente precisa, como os menores de 8 anos, que têm maiores dificuldades com o ensino remoto, os filhos de pais que dependam da escola para trabalhar e os alunos que realmente necessitem dessa interação social”, afirma Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do sindicato.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) está elaborando um parecer sobre o ensino híbrido e deve determinar que a educação seja considerada como atividade essencial e que, portanto, as escolas permaneçam abertas mesmo nas fases mais restritivas da pandemia.

“Há muitas dúvidas e insegurança jurídica sobre o ensino híbrido, que precisa ser regulado no país. Vamos estabelecer orientações para as atividades remotas e para as presenciais”, afirmou à Folha a presidente do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro.

“Na fase mais aguda, devemos orientar que as escolas sigam abertas, mas reforcem protocolos e priorizem alunos com maiores necessidades. É preciso atenção com a fase da alfabetização, que exige atividades presenciais.”

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