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Vestibular Unesp tem questões sobre 'tubavalo' e peste bubônica no 2º dia

Abstenção foi de 9,1%, menor do que na edição passada

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São Paulo

Nesta segunda-feira (15), foi realizado o segundo dia do vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Os testes foram aplicados para quem disputa uma vaga nos cursos nas áreas de exatas e humanas com início para 2022 —no domingo, a prova foi dedicada aos vestibulandos de biológicas.

A prova desta segunda incluiu temas como peste bubônica, sistema binário de computação, uso consciente de água e Semana de Arte Moderna de 1922. Também chamou a atenção uma questão que envolvia a combinação de espécies de diferentes animais, caso do "tubavalo" (o que seria uma mistura de um cavalo com um tubarão) e do "chimpanfante" (de chimpanzés com elefantes).

Sala de aula com alunos respondendo às questões do vestibular da Unesp em 2021
Sala de aula com alunos respondendo às questões do vestibular da Unesp em 2021 - Divulgação/Unesp

Ao todo, a prova foi aplicada em 31 cidades paulistas e em quatro de outros estados. De acordo com a Fundação Vunesp, que organiza o vestibular da instituição, eram esperados 30.371 vestibulandos e 27.609 compareceram, ou seja, a abstenção foi de 9,1% —o número é menor se comparado com o do vestibular anterior, que chegou a 17,6%.

Somando os dois dias da primeira fase, a prova da Unesp foi realizada por 63.403 pessoas, registrando, ao todo, 8,2% de abstenção.

Para ingressar na Unesp, uma das universidades mais prestigiadas do país, os candidatos tiveram que responder nesta segunda-feira a 90 questões durante cinco horas. Ao todo, eles disputam 7.690 vagas em 136 cursos de graduação em 23 cidades no interior do estado de São Paulo.

O curso mais concorrido deste segundo dia de provas era o direito, com 39,4 candidatos por vaga.

O estudante Rodrigo Rubacow, 18, prestou vestibular para economia. Para ele, a prova reuniu diversas questões em que o candidato precisava interpretar muitos textos.

No início de novembro, ele fez a prova da Unicamp e a considerou mais difícil do que a da Unesp, por exigir mais conhecimento específico dos alunos. "Na Unicamp, precisava de fórmulas, lógica e conhecimentos decorados. Na Unesp, era muito fácil para se perder em uma questão", comparou ele.

Ana Luiza Ezequiel, 19, que busca uma vaga no curso de relações internacionais, disse que foi uma prova equilibrada, com muitos textos, porém, não tão cansativa de ler quanto o Enem.

Diretor do curso Anglo, Daniel Perry avaliou que a prova foi coerente com o exame aplicado no primeiro dia. Na sua visão, a Fundação Vunesp entregou uma prova pouco ousada, porém, sem erros e sem controvérsias.

"Foi uma prova tradicional, conteudista, mas com questões bastante interpretativas, contextualizadas, enunciados claros e com uma boa diversidade de fontes", disse ele, para quem o nível de dificuldade pode ser classificado de "médio". "Foi uma prova mais criativa e analítica."

Assim como no domingo, Perry observou que esta edição foi pouco interdisciplinar, o que a difere de anos anteriores da Unesp, quando essa característica era explorada de forma marcante.

Para Cláudio Marques, professor de inglês do curso Objetivo, as questões exigiram dos candidatos um nível relevante para ler e interpretar textos.

"Foi bem elaborada, com nível das questões adequado ao candidato bem preparado", disse. Um destaque, ele comentou, foram perguntas que abordavam o uso inteligente da água e sua preservação.

Serginho Henrique, professor de português do Objetivo, concorda que há um padrão de dificuldade entre os dois dias. "Chamam a atenção os gêneros textuais explorados. Ao invés de buscar os mais tradicionais, foi inserido, por exemplo, um texto longo de teatro de Álvares de Azevedo, com uma reflexão sobre a poesia do século 19", disse.

Para o professor de biologia Guilherme Francisco, também do Objetivo, a prova da sua disciplina estava mais complicada que a aplicada no domingo. "Foi uma prova trabalhosa, que exigia um conhecimento aprofundado de biologia e de conceitos biológicos importantes e também uma leitura muito atenta", resumiu.

Coordenadora pedagógica do Objetivo, Vera Lúcia Antunes ressaltou que para este vestibular foram necessárias calma e atenção do candidato, o que torna "a prova um pouco mais difícil". "Não é uma prova dada de presente, com necessidade de leituras atentas e percepção nos detalhes dos textos."

A divisão da primeira fase em dois dias foi aplicada, pela primeira vez, no vestibular de 2021 (realizado em 2020, para seleção dos calouros do ano seguinte) da Unesp e mantida para o de 2022 (o que ocorre agora). A mudança foi uma forma encontrada pela universidade para evitar aglomeração de candidatos em meio à pandemia da Covid-19.​

A segunda fase está marcada para o dia 19 de dezembro. A prova também sofreu alteração em decorrência da pandemia.

Antes, eram aplicadas questões dissertativas. Agora, para reduzir o tempo que o aluno fica dentro da sala de aula, a prova consiste em 60 questões de múltipla escolha e uma redação.

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