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Faculdade de Direito da USP ganha fundo com doações para bancar de bolsas a reformas

Medida consolida ações promovidas por ex-alunos da faculdade, que ganhou novo perfil com as cotas

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São Paulo

A Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco, passa a contar desde esta quinta-feira (17) com um fundo constituído por doações para ações como oferta de bolsas de estudo, melhorias de infraestrutura e apoio a grupos de pesquisa.

O fundo, na modalidade endowment, terá o nome Sempre Sanfran, como é conhecida a faculdade.

Regulamentados em 2019, os endowments buscam manter a sustentabilidade financeira no longo prazo de organizações de interesse público em setores variados, como ensino, saúde e direitos humanos.

As famosas arcadas da Faculdade de Direito da USP
As famosas arcadas da Faculdade de Direito da USP - Karime Xavier - 11.ago.2020/Folhapress

Seus recursos são aplicados no mercado financeiro e seus rendimentos são destinados às instituições que apoiam.

A modalidade tem muito usada por museus e já existe para financiar ações na Escola Politécnica da USP.

No caso da Faculdade de Direito, a previsão é que os recursos do fundo sejam destinados a investimentos de médio e longo prazo.

Eles podem ir desde melhorias na infraestrutura a auxílios estudantis. Também haverá a criação de think tanks que desenvolvam projetos de pesquisa de temas jurídicos.

A iniciativa consolida um movimento que ganhou força nos últimos anos, na gestão do atual diretor Floriano de Azevedo Marques, de fortalecer parcerias com ex-alunos para investimentos na faculdade, em tempos de restrições orçamentárias.

Já há grupos de ex-estudantes da São Francisco que financiam reformas do espaço físico e bolsas para que alunos de baixa renda possam se dedicar aos estudos sem precisar trabalhar em tempo integral.

"O endowment é um marco para a perenidade da Faculdade de Direito da USP, pois permite que seus antigos e novos alunos, bem como o seu quadro de professores e simpatizantes retribuam tudo aquilo que a São Francisco fez para a sociedade brasileira", diz Roberto Quiroga, sócio do escritório Mattos Filho e um dos conselheiros do fundo.

Os financiamentos ocorrem em um momento de importante mudança no perfil da USP.

No ano passado, quando terminou o prazo de transição da política de cotas, a universidade atingiu o marco de mais da metade dos estudantes ingressantes oriundos de escola pública, e 27,4% de autodeclarados pretos e pardos.

Dez anos antes, apenas 26,1% dos ingressantes haviam feito o ensino médio integralmente na rede pública, e 5,8%, parcialmente; e 13,6% se autodeclaravam pretos, pardos e indígenas.

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