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Cren participa do Continuity Forum em Miami
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RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Cren (Centro de Recuperação e Educação Nutricional) foi a única organização dedicada ao tratamento da subnutrição e da obesidade selecionada para participar do Continuity Forum. O evento, promovido pelo America Business Council Foundation, reuniu 33 empreendedores socioambientais, empresários e mídia de diversos países americanos de 12 a 14 de novembro, em Miami, nos Estados Unidos.
A proposta do fórum é promover a troca de experiências e permitir que as iniciativas sejam multiplicadas em outros locais, além de aproximar as organizações de empresas e financiadores. Os empreendedores puderam apresentar seus projetos e planos de crescimento em seis minutos cada um e encerrar com uma pergunta para que os palestrantes e convidados pudessem respondê-la.
Gisela Solymos, gerente-geral do Cren, vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2011 e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, destacou o papel da instituição no atendimento de mais de 50 mil pessoas e lançou três questionamentos.
Como é possível captar recursos em um país que não tem cultura de doações?
Como transformar o projeto em um negócio social para ter crescimento sustentável?
Como envolver voluntários em todas as atividades do Cren?
Empresários e entidades da sociedade civil poderiam procurar os empreendedores para responder a suas questões e conhecer mais sobre as entidades durante o evento, que teve a participação do ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas Kofi Annan e do cofundador da Apple Steve Wozniak.
PARCERIA
Annan, em sua palestra, destacou que os governos não podem resolver sozinhos os problemas sociais, conta Gisela. Para erradicá-los, seria preciso construir parcerias com organizações que têm iniciativas bem-sucedidas no combate a essas ameaças.
"O mundo inteiro está indo nessa direção: de não esperar do governo soluções, de ter uma mobilização da sociedade civil para isso, de engajar as empresas, que estão mais abertas a ouvir, e de ter negócios sociais", afirma ela.
O encontro evidenciou que as iniciativas podem ser replicadas em diferentes países, diz a gerente-geral do Cren.
Ela cita a experiência da Cure Violence, uma ONG dos Estados Unidos que desenvolveu um método de capacitar atores locais ligados ao crime organizado em Chicago para reduzir a violência.
Gisela diz que foi procurada pelo diretor-executivo da instituição, Gary Slutkin, para saber como replicar a experiência em solo brasileiro. "Ele trata a violência como doença", explica.
"Há uma riqueza de experiências", destaca ela sobre o encontro. "Foi muito interessante para o Cren em termos de realizar contatos e ter uma perspectiva de o que está acontecendo na América."
Ter sido selecionada para participar do fórum, diz ela, "é um pouco como ser finalista do Prêmio Empreendedor Social. É um reconhecimento do que a gente está fazendo".
BRASILEIROS
Além do Cren, outra organização brasileira esteve presente no encontro --a Green Social Bioethanol. O negócio social, liderado por Eduardo Mallmann, busca fazer com que comunidades produzam sua energia, a partir de vinhaça e bagaço, avaliando toda a cadeia produtiva para que sejam obtidas melhorias em geração de renda, saúde e educação, por exemplo.
Três iniciativas dentre as 33 selecionadas para participar do fórum serão selecionadas para receber recursos, consultoria, suporte de mídia e marketing por dois anos. Os vencedores serão anunciados nesta quarta-feira.
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