Exposição revela obras de jovens com Síndrome de Down
"O que é a arte e quais são seus limiteS" são questões que Jacob Klintowitz se inspirou ao fazer a curadoria da exposição "A Arte Simplesmente Acontece".
A mostra, que está aberta ao público no Espaço Cultural Citi até 19 de outubro, traz 39 obras produzidas por adolescentes com Síndrome de Down e por artistas que deram oficinas de criatividade a esses jovens, como Claudio Tozzi, Isabelle Tuchband, Yutaka Toyota, Silvana Gualdi, Gustavo Rosa, Eduardo Iglesias, Inácio Rodrigues, Marysia Portinari e Verena Matzen.
"A união da arte de alto padrão com a expressão de artistas anônimos dá o âmbito para perguntaS que a humanidade faz há mais de cem anos", explica Klintowitz
"O artista reconhecido parte da história da arte, de técnicas, de movimentos pioneiros, materiais, filosofias e conceitos atuais de cultura. Já o jovem com Síndrome de Down ignora tudo isso e parte simplesmente da sua necessidade emocional. O resultado é interessantíssimo."
As obras selecionadas são de trabalhos realizados desde 2007 por jovens que fazem parte do Instituto Olga Kos de Inclusão Social. "Selecionei o que tinha de mais instigante, forte e inovador do ponto de vista visual", afirma Klintowitz.
A ideia é mostrar como a obra dos artistas dialoga com a dos adolescentes. "As pessoas com Síndrome de Down pintam e desenham seu mundo particular, como, por exemplo, casa e família. Após o contato com o artista e o conhecimento sobre iconografia o seu repertório é ampliado. Passam a desenhar objetos, natureza, imagens abstratas", diz Klintowitz. Da mesma forma, a expressão pura também influencia o artista. "Alguns me confidenciaram que o contato com a liberdade dessas pessoas trouxe uma renovação para eles."
Para os jovens, a oportunidade em trabalhar a expressão artística tem também função terapêutica. "Sinto muita alegria ao pintar", conta Vanessa Sanches de Oliveira. "Ela passou a se interessar mais por arte e pedir para visitar exposições", conta o pai, Celso Sanches.
Os interessados em adquirir as obras podem entrar em contato com o instituto.