No fim de 2017, Peter Roberts e Randall Kempner publicaram um artigo na Harvard Business Review sobre os resultados da pesquisa sobre a efetividade das aceleradoras em mercados emergentes, a Gali (Iniciativa Global de Aprendizagem de Aceleração, em tradução livre).
Em fevereiro, Brent Ruth, um dos responsáveis pela pesquisa na Universidade Emory (EUA) esteve no Brasil para realizar eventos com a Ande (Rede Aspen de Empreendedores de Desenvolvimento, em tradução livre). Ele participou de um evento da rede no Impact Hub São Paulo e de outro no Impact Hub Florianópolis para compartilhar alguns resultados e atrair mais aceleradoras para participar da pesquisa global.
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As pesquisas mostram que o impacto das aceleradoras no desenvolvimento dos negócios tem sido bastante positivo. No entanto, algo que surpreendeu os pesquisadores foi que os resultados não mudam muito de país para país. Eles acreditavam que o resultado delas seria mais relevante em mercados desenvolvidos do que em mercados emergentes.
No entanto, a falta de alinhamento entre os objetivos dos investidores e dos empreendedores e o ambiente de negócios nos países emergentes limita o impacto positivo do trabalho das aceleradoras.
As startups nos mercados emergentes costumam ter mais tempo de operação, mais receitas e mais empregados do que as startups em mercados desenvolvidos. Mesmo assim, essas empresas em mercados desenvolvidos atraem o dobro dos investimentos. Isso demonstra o impacto de um ambiente de negócios mais favorável e a cultura de investimento em startups nos mercados desenvolvidos.
Ao final, os autores do artigo fazem algumas sugestões para aumentar a efetividade das aceleradoras em mercados emergentes. O primeiro deles é que nem sempre a atração de investimentos é o principal suporte que os negócios precisam, muitos deles estão focados em desenvolver competências, estruturar sua equipe ou refinar seus produtos e estratégia de marketing.
As aceleradoras de sucesso compreendem e alinham com o empreendedor sobre as prioridades para aquele negócio no programa de aceleração.
Em segundo lugar, além das sessões de pitch (apresentação do empreendedor feita em cerca de um minuto), é primordial fazer conexões mais precisas entre investidores e empreendedores. Essas reuniões um a um focadas tendem a ser mais produtivas. Por fim, identificar e desenvolver talentos é fundamental.
No Brasil, a Artemisia foi a primeira aceleradora de negócios de impacto, e hoje o mercado cresceu bastante. Várias aceleradoras e incubadoras também passaram a mirar os negócios de impacto e fortalecer o ecossistema.
No Impact Hub são implementados programas locais, regionais e globais para acelerar negócios de impacto. Um desses programas, que está participando da Gali, é o Scaling Program, que selecionou 60 negócios no Brasil, Colômbia, Costa Rica e México para acelerar e apoiá-los a expandirem em seus países e internacionalmente.
No dia 15 de maio, ocorrerá o Demo Day, evento com apresentação dos empreendedores desse programa no Impact Hub São Paulo.
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