Bailarina Claudia Mota e jovens de ação social se apresentam no Prêmio Empreendedor Social

1ª bailarina do Theatro Municipal do Rio realiza número com beneficiários do Instituto Novos Sonhos

Jovens do Instituto Novos Sonhos, que se apresentam na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social 2018
Jovens do Instituto Novos Sonhos, que se apresentam na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social 2018 - Divulgação
Patricia Pamplona
São Paulo

Os jovens bailarinos do Instituto Novos Sonhos farão uma apresentação com a primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio, Claudia Mota, durante a cerimônia do Prêmio Empreendedor Social 2018, na segunda-feira (12), no Teatro Porto Seguro, em São Paulo.

O grupo de balé integra as ações sociais desenvolvidas pela Missão Cristolândia, na região central de São Paulo, conhecida como cracolândia. O número ao som de Hallelujah, de Leonard Cohen, foi pensado para mostrar inclusão e inspiração.

"A dança tem uma função social inegável, sobretudo na formação de crianças", afirma Claudia Mota. "Projetos como o Novos Sonhos são muito importantes, porque colocam a dança no patamar próximo das crianças; tira essa noção errônea de ser uma arte intocável e para a elite. Iniciativas como essas quebram esses paradigmas e trazem o balé para perto de nós."

Claudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, antes pré-estreia do filme de animação "A Bailarina", no Shopping Iguatemi. Ela comandará apresentação com jovens de ação social na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social
Claudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, antes pré-estreia do filme de animação "A Bailarina", no Shopping Iguatemi. Ela comandará apresentação com jovens de ação social na cerimônia do Prêmio Empreendedor Social - Greg Salibian/Folhapress

A professora de dança do instituto, Joana Rodrigues, atua na formação de 160 crianças e jovens, de 3 a 18 anos em situação de vulnerabilidade social, moradores do entorno da região da cracolândia. Filha de ex-usuários, decidiu dedicar a vida a ajudar as pessoas com a dança.

“Escolhemos Hallelujah, de Leonard Cohen, porque é uma música que representa a libertação da tristeza, do descaso social. Nossos alunos sabem que podem se libertar, ser o que quiserem", explica. Atualmente, o projeto está formando, profissionalmente, oito jovens que estão transformando o balé clássico em profissão.

Entre os jovens bailarinos em busca da profissionalização está Bruno do Nascimento, 16. No Novos Sonhos há cinco anos, começou na dança por acaso. A professora Joana convidou o garoto, então com 12 anos, ao vê-lo na aula de judô da organização. “Eu nem sabia o que era balé”, conta o único menino que integra o grupo que se apresentará com Claudia Mota. Filho de uma diarista, diz que pretende se formar profissionalmente. Embora os sonhos para o futuro ainda não estejam claros, a dança é uma das poucas certezas que tem.

Raísa Conceição de Jesus, 17, também compartilha dessa certeza. Há oito anos no projeto, quer se tornar uma bailarina profissional. Na jornada, já ministra aulas para as crianças do Novos Sonhos. “Eu me sinto mais feliz com o balé, que me trouxe mais disciplina e responsabilidade. O projeto é um ponto de luz”, conta. A cada teste ou audições que faz no Royal Ballet ou Bolshoi, sente que está evoluindo na arte e ganhando confiança.

“Quero ser uma bailarina bem-sucedida”, declara a jovem que já apresentou a sua arte no Teatro Municipal de Paulínia e vai se desafiar mais uma vez, dançando com a primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O prêmio

A cerimônia do Prêmio Empreendedor Social anuncia na segunda-feira os vencedores da edição 2018. Disputam na categoria principal Roberta Faria e Rodrigo Pipponzi, da Editora Mol; Pedro Paulo Diniz, da Fazenda da Toca; e Luke Dowdney, da Luta pela Paz.

Já na categoria Empreendedor Social de Futuro concorrem André Biselli e Victor Castello Branco, da Ecolivery Courrieros; Júlia Carvalho, da Fast Food da Política; e Mathieu Anduze e Raphael Mayer, da Simbiose Social.

Todos eles terão seus perfis publicados em um caderno especial da Folha, que circulará em 13 de novembro, e concorrem em prêmios como bolsas de estudos, cursos de gestão, assessoria jurídica e mentorias.

O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fundação Banco do Brasil. Conta com apoio de Instituto C&A e Instituto Porto Seguro. Fundação Dom Cabral, Insper e UOL são parceiros estratégicos.

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