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A inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho

Marcelo Nóbrega

Comemorado no dia 3 de dezembro desde 1992, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (PCD) é uma oportunidade para que todos nós reflitamos sobre um tema tão importante e que carece de mais visibilidade. A data escolhida também celebra o Dia do Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência, instituído dez anos antes, ambos pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

Apesar dos inegáveis avanços nos últimos anos, o mercado de trabalho ainda carece de ações palpáveis de empregabilidade para as PCDs. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o Brasil possui 45 milhões de pessoas com deficiência, o que representa quase 24% da população. 

Mesmo com esse número tão expressivo, no mercado de trabalho as pessoas com deficiência são apenas 0,9% do total de carteiras assinadas no país, segundo dados divulgados pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais), em 2016. Esse dado representa apenas 418 mil pessoas empregadas. 

O que isso no mostra? Que a necessidade de reflexão sobre o tema é latente, para que as empresas que já possuem programas de recrutamento para PCDs continuem a investir neles –e aquelas que ainda não o fazem, passem a olhar para seus programas de inclusão social e diversidade com cuidado. 

O investimento em áreas e profissionais dedicados exclusivamente ao processo de contratação e gestão de carreira dos trabalhadores com deficiência é fundamental para que esses colaboradores se sintam preparados para os desafios do dia a dia. Uma vez que a pessoa se sinta acolhida e bem recebida no ambiente de trabalho, ela vai conseguir desenvolver todo o seu potencial, trazendo produtividade para a empresa. 

Por experiência própria na liderança de um programa que cresce cada vez mais, tenho visto que as companhias têm de estar verdadeiramente comprometidas com a diversidade. Mais que cumprir cotas, a admissão de uma PCD requer uma política verdadeira de inclusão, que deve ser vista como uma oportunidade de aprendizado e enriquecimento de todo o ambiente profissional. 

Marcelo Nóbrega

Diretor de RH do McDonald’s Brasil

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