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Consumo e plástico não podem ser vilões, dizem executivos de multinacional

Diretores da Danone falam sobre o papel de empresas de bens de consumo como parte da solução

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Garrafas plásticas encaminhas para reciclagem em Barva, Costa Rica
Garrafas plásticas encaminhas para reciclagem em Barva, Costa Rica - Ezequiel Becerra/AFP
São Paulo

Um consumo mais propositivo, a importância da sustentabilidade nas empresas e como lidar com o plástico em embalagens foram os principais assuntos que nortearam a conversa de diretores de diferentes áreas da Danone com jornalistas, no fim de dezembro.

"O consumo tem que ser parte da solução, a gente precisa consumir, então ele não pode ser parte do problema", afirmou Lígia Camargo, líder de Sustentabilidade e Comunicação na Danone Brasil. "As empresas de bens de consumo têm um papel importante nisso."

Para ela, um papel importante do consumidor é coagir a empresa ao deixar de consumir seus produtos por não estarem alinhados com seus valores. "O consumidor vai reconhecer isso e vai optar", complementou Vagner Paes, diretor de Marcas e Trade Marketing da empresa.

Na linha da demanda do cliente, ele destacou que há uma procura crescente por produtos mais saudáveis e explicou que uma das linhas da empresa, que antes estereotipava o perfil saudável inclusive numa embalagem com curvas, passou por um redesenho.

"Por que ser restritivo? Reformulamos a linha para não estereotipar, abolindo a ideia de corpo perfeito", disse Vagner.

Os desafios da multinacional no setor do consumo passam ainda pelo plástico, um dos grandes vilões do ambiente na era atual. Sua poluição crescente motivou a abolição de canudinhos no Rio e a cobrança por sacolas plásticas em mercados paulistanos nos últimos anos.

"Minha missão pessoal é desmaterializar a garrafa one way [que não é retornável] e incentivar o ciclo fechado", afirmou Emiliano Barelli, diretor de Research & Innovation na Danone. "O plástico não é o vilão. O que fazem com ele é o problema."

Segundo Emiliano, a sustentabilidade é sistêmica e não deve ser contabilizada como custo, mas investimento. "Tem que dar a oportunidade para [o plástico] ser compostável. Isso é o sistêmico da sustentabilidade."

para o mundo

As iniciativas da empresa para mitigar impactos negativos e ampliar os positivos, que, segundo os executivos, não são apenas discurso, vão ao encontro de seu objetivo em conseguir a certificação como Empresa B até 2030.

"É um grande desafio um multinacional conseguir a certificação", explicou Lígia. O processo envolve uma avaliação minuciosa das ações das empresas em quatro áreas: Governança, Funcionários, Ambiente e Comunidade.

O próprio B Lab, representado no Brasil pelo Sistema B, parceiro do Prêmio Empreendedor Social, reconhece as dificuldades de certificar multinacionais e empresas de capital aberto.

Por isso, grandes representantes do mercado e o movimento se reuniram em um conselho para "criar padrões e um processo de certificação que seja ao mesmo tempo significativo e ajustável", explica o site.

Para as empresas, segundo Lígia, esse reconhecimento é muito importante. "B-Corp não é só uma certificação. É fazer parte de um movimento. Passa a ser um valor competitivo." A líder ponderou, no entanto, que ainda há o desafio de o consumidor reconhecer essa certificação.

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