Central da Catarata e Instituto da Visão realizam ação inédita em São Paulo

Com objetivo de prevenir e identificar vilões do olho humano, organizam juntos esforço em mobilização até o dia 5 de abril

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São Paulo

A Central da Catarata e o Instituto da Visão juntam forças pela primeira vez, até o dia 5 de abril, para diagnosticar alguns dos maiores vilões do olho humano.

Com a meta de detectar precocemente doenças oculares que podem levar à perda parcial ou total da visão, entre elas a retinopatia diabética, o glaucoma, o edema macular diabético e a catarata, a ação tem o objetivo de chamar a atenção para a prevenção.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 13 milhões de brasileiros são portadores da doença, e a diabetes responde por 49% do caso de cegueira tratável no país, como nos casos de hiperglicemia. E o foco da campanha é identificar esses casos e alertar a população que sofre ou lida com essa doença.

A ação também tentar amenizar a fila dos pacientes que aguardam pelo tratamento no sistema público de saúde —em 2019, reportagem da Folha revelou que o CFM (Conselho Federal de Medicina) listou 24 mil pessoas em São Paulo à espera de por uma cirurgia de catarata.

Em 2018, a catarata foi responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo. No Brasil, esse contingente é formado, na maior parte, por idosos de baixa renda.

"Se considerarmos que os planos de saúde deveriam representar 23% das cirurgias, teríamos um total 1.051 mil cirurgias para serem feitas. Ou seja, 382 mil cirurgias deixam de ser feitas pelo poder público. Esse problema é real. Mas, também vemos aqui muitos pacientes que protelam buscar ajuda médica. Como a perda de visão pela catarata é gradual e o cérebro vai se adaptando, muita gente empurra o problema com a barriga. E vão buscar ajuda só depois de um acidente doméstico ou problema mais grave. Vemos, ainda, muita gente que não vai em um oftalmologista há décadas”, afirma Guilherme de Almeida Prado, fundador da Central da Catarata, que desde 2017 já realizou mais de 500 procedimentos de correção da opacidade do cristalino. "Só quando a pessoa faz a cirurgia é que ela percebe quão ruim estava sua visão e como sua vida estava limitada", diz ele.

Além disso, a Central da Catarata e o Instituto da Visão, fundado em 1990 por por docentes da Escola Paulista de Medicina e responsável por mais de 60 mil cirurgias de catarata, mostram que os custos podem ser menores para tratar esses casos, especialmente quando se trabalha com a prevenção. Assim, enquanto em clínicas particulares uma cirurgia de catarata custa algo entre R$ 6.000 e R$ 10 mil, na ação conjunta das organizações sem fins lucrativos o mesmo procedimento sai em torno de R$ 2.500 (parcelado).

O empreendedor Guillherme de Almeida Prado, fundador da Central da Catarata
O empreendedor Guillherme de Almeida Prado, fundador da Central da Catarata - Divulgação

A acessibilidade não está relacionada apenas ao preço, mas também ao processo simples e acolhedor de agendamento, que se torna um diferencial nosso no atendimento aos pacientes. A equipe orienta, tira dúvidas, envia informações e vídeos e oferece o pacote de cirurgia das clínicas afiliadas para quem solicita. Não há troca de dinheiro e nenhum vínculo com o paciente –que não seja o de suporte emocional para a tomada desta importante decisão", afirma Almeida Prado. 

Segundo ele, a ideia é ampliar a iniciativa. "Começamos por São Paulo, mas já temo mapeadas cidades em que precisam dos mesmos serviços e que a população anseia por eles."

Para participar dessa ação, o paciente deve se dirigir a unidades de Itaquera e Vila Clementino. É cobrada a taxa de R$ 50 para a realização do exame de retinografia e de R$ 90 para consulta. O agendamento deve ser feito pelo site www.centraldacatarata.com.br .

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