Brasileiro doa 20% menos e mostra preferência por causas religiosas

Estudo lançado pelo Idis entrevistou 1.022 pessoas de forma online em agosto de 2018

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São Paulo

O brasileiro com acesso à internet doou 20% menos entre agosto de 2017 e julho de 2018 do que no mesmo período do ano anterior. O estudo Giving Report 2019 Brasil, lançado pela CAF (Charities Aid  Foundation), mostrou que o valor mediano doado nos últimos 12 meses passou de R$ 250 para R$ 200.

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"O brasileiro ainda tem uma visão muito assistencialista da doação. Se mobiliza motivado por um alívio imediato do sofrimento, de algo que ele está vendo", explica Paula Fabiani, diretora-presidente do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), que representa a CAF no Brasil.

Essa não recorrência do ato de doar fica evidente nos resultados da pesquisa. Quando perguntados se haviam feito algum tipo de doação nos últimos 12 meses, 70% responderam que sim. Já nas últimas quatro semanas, que mostra o engajamento frequente, foram 40%.

"O ato de doar é uma jornada. Começa com uma rifa, passa para a doação, para a doação recorrente, aí você sente algo automático porque está muito mais preocupado com o envolvimento com a causa", diz Paula.

E a preferência na hora da solidariedade são as organizações religiosas, eleitas como a causa de 52% dos entrevistados. Essas instituições foram as que receberam mais doações tanto nos 12 meses quanto nas quatro semanas anteriores à pesquisa --58% e 33%, respectivamente.

De um ano para outro, o apoio à causa da criança caiu quatro pontos percentuais, de 42% para 38%, dentro da margem de erro, bem como às instituições médicas, de 12% para 8%.

Jovens

A pesquisa mostrou ainda que o jovem tem sido decisivo na cultura da doação no país, com 75% daqueles entre 25 e 34 anos tendo realizado alguma doação nos 12 meses anteriores à pesquisa, em contraponto à média geral de 70%.

Eles também doam mais para organizações sociais (62% contra 55% da média geral). Os mais novos, de 18 a 24 anos, são mais voluntários nessas instituições (51% contra 43%), e a faixa que engloba de 18 a 34 anos participa mais de manifestações (24% contra 19%).

No engajamento online, eles também se destacam, uma vez que 19% escolheram doar em plataformas digitais, enquanto 3% com mais de 55 anos o fizeram. "É um movimento que vai vir com as novas gerações, que vão adotar cada vez mais mecanismos online", diz Paula.

A diretora-presidente do Idis, Paula Fabiani, fala em evento
A diretora-presidente do Idis, Paula Fabiani, fala em evento - Keiny Andrade - 2.nov.2018/Folhapress
 
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