Empresas adotam ações de combate ao desperdício do plástico

Movimentos surgem aliados a organizações com propósito de melhorar aproveitamento do material

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São Paulo

Cerca de 8 milhões de toneladas de plástico jogados fora vão parar no oceano, das 300 milhões de toneladas produzidas anualmente. Dessa fabricação, cerca de metade é para ser usada uma única vez.

Os dados da organização Plastic Oceans dão um panorama da situação do desperdício do plástico a cada ano. Em diferentes setores, empresas têm trabalhado ao lado de organizações com propósito de melhor aproveitamento deste e de outros materiais.

Junto com a Parley for the Oceans, um movimento global que tem como principal objetivo garantir a sobrevivência dos oceanos, a Corona lançou na segunda-feira (22), Dia da Terra, um portal interativo. Nele, além de dados sobre este alarmante contexto, estão as ações da parceria, que servem de convite para a população integrar este movimento.

A inauguração do portal ocorreu junto com o lançamento da animação em stop-motion "O Peixe", que ilustra os perigos da poluição dos oceanos pelo plástico. Essa poluição é uma ameaça para mais de 800 espécies de animais marinhos. 

Desde 2017, quando a parceria internacional foi formada, já foram recolhidas 1.500 toneladas de resíduos em praias de 15 países. No Brasil, a ação começou em fevereiro deste ano. Praias de Fernando de Noronha (PE), Rio de Janeiro e Florianópolis foram impactadas pela ação, e 250 kg de resíduos foram retirados.

novo plástico

No mesmo movimento, mas pensando desde a concepção, a Dow, uma das principais produtoras de plástico, iniciou uma parceria com a Boomera.

O negócio social trabalha há sete anos para estimular a economia circular e o total aproveitamento dos mais diferentes materiais.

Com foco em inovação, as duas organizações se juntaram para produzir uma resina plástica feita com material pós-consumo. A resina é matéria-prima para diferentes produtos à base de plástico. Com investimento total de R$ 1,6 milhão, os primeiros protótipos devem chegar ao mercado ainda este ano.

Para Guilherme Brammer, fundador da Boomera, este movimento vem acontecendo com empresas de diferentes setores que usam plástico. "A engenharia que estava focada para o novo começa a focar o reaproveitamento", afirma.

A diretora de Sustentabilidade para América Latina da Dow, Carolina Matilla, ressalta ainda a necessidade de se trabalhar em diferentes frentes. "É colocar o elefante na sala e reconhecer que não tem uma solução, não tem uma varinha mágica."

Uma das metas da multinacional é que 100% das embalagens de plástico sejam reutilizadas, recicladas ou revalorizadas até 2040. Em contraponto, o relógio dos oceanos também já tem data marcada para seu fim: se o cenário não mudar, em 2048 não haverá mais vida marinha.

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