À frente da ONG Banco de Alimentos desde 1998, a economista Luciana Chinaglia Quintão lançou o livro "Inteligência Social — A perspectiva de um mundo sem fome(s)" na quarta-feira (18), em São Paulo.
Certa de que as pessoas são as responsáveis pela construção do mundo à sua volta, Quintão nunca se conformou com a visão da desigualdade e da violência, de tanta pobreza em meio a tanta riqueza.
Para ela a inteligência social é o caminho para mudar essa realidade —a evolução social ocorre quando a inteligência coletiva está presente e atuante.
A autora defende que inteligência social é transformar o que já não produz bons resultados, construir e fazer o bem e o necessário para que haja harmonia e segurança, para que necessidades básicas sejam atendidas, além da garantia de proteção ao meio ambiente e uso sustentável dos recursos naturais.
Com 253 páginas, a obra se divide em três partes: Inteligência Social, Rumo à Evolução Social e Inteligência Social Aplicada.
No apêndice, o livro traz considerações sobre a história da ONG Banco de Alimentos, instituição que busca alimentos onde sobra e leva aonde falta, com 41 instituições assistidas que beneficiam mais de 20 mil pessoas.
Também relata a história da fome no Brasil, com um levantamento da segunda metade do século 19 até os dias atuais que revela que a questão da negação da necessidade mais básica do ser humano, a alimentação, não é recente no Brasil.
52 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, ou seja, passam fome em diferentes graus. Para Quintão, isso é fruto não apenas do subdesenvolvimento econômico, mas, na análise de Luciana, de uma grave falta de inteligência social.
Com exemplos, práticas, referências e dados referentes a política, economia, educação, saneamento e gestão pública, Luciana Quintão estimula em sua obra "a prática de uma nova configuração do tecido social, com coragem e ética para fazer o bem".
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