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Daniel Morais e Mariana Paulino

O protagonismo da sociedade civil em meio à epidemia do coronavírus

A pandemia escancarou as diferenças sociais no país, mas evidencia a força e importância do trabalho voluntário

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Daniel Morais Assunção

Fundador do Atados, plataforma que conecta de forma gratuita pessoas a oportunidades de voluntariado em causas sociais.

Mariana Paulino

Comunicadora do Atados, plataforma que conecta de forma gratuita pessoas a oportunidades de voluntariado em causas sociais.

São Paulo

A chegada da pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social escancararam os problemas sociais e econômicos que o país enfrenta.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um a cada quatro brasileiros não têm acesso à internet e o número de trabalhadores informais no começo do ano de 2020 chegou a 24,6 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

As periferias são as mais afetadas pelo vírus e especialistas já alertavam para essa vulnerabilidade. Esse cenário de desigualdades sociais e a ausência de políticas públicas que garantam direitos básicos à população, que já existia, trouxe também um protagonismo para os trabalhos das ONGs e do voluntariado.

As organizações sociais tiveram que se reinventar devido ao distanciamento social e muitas tiveram que adaptar sua atuação para garantir que as comunidades tivessem acesso a alimentação e kits de higiene.

Algumas se articularam em rede para fortalecer as organizações e projetos locais e outras aderiram ao voluntariado a distância. Essa adaptação também foi importante para garantir que as doações chegassem para pessoas que estavam precisando nesse momento tão delicado.

As ONGs têm o papel fundamental de serem os olhos e ouvidos das comunidades.

Essas ações foram extremamente necessárias e possibilitaram conexões online com pessoas do Brasil e do mundo. A urgência de políticas públicas para a equidade sempre existiu no trabalho das ONGs.

Apesar de 2020 ter sido extremamente difícil, o ano possibilitou que mais pessoas olhassem para a importância da mobilização voluntária, da articulação em rede e do engajamento da população em olhar para diversas causas sociais.

Um pouco dessa transformação e potência, trazida pelas organizações sociais, pode ser observada a partir da Rede Atados, que teve mais de 9 mil vagas de voluntariado criadas e 27.355 voluntários inscritos de diversas localidades do Brasil e até pessoas de outros países.

Também foi criado o Projeto de Expansão, que possibilitou ampliar a rede e se conectar de maneira remota com os estados do Paraná, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina, focando nas capitais.

O mapeamento das ONGs nessas cidades foi feito por meio de trabalho voluntário e, com esse engajamento, foi possível chegar ao total de 2.531organizações cadastradas no site, contando com Rio de Janeiro e São Paulo.

Mesmo com números tão otimistas, segundo pesquisa de 2018 do IBGE, apenas 4,3 % da população brasileira realiza algum tipo de trabalho voluntário.

A grande meta para 2021 é ampliar essa onda de solidariedade e ação e mudar a cultura do voluntariado no Brasil.

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