Em meio aos desafios impostos pela Covid-19 no país, muitas foram as ações de ajuda emergencial voltadas às populações vulneráveis e ideias inovadoras para mitigar os efeitos da crise sanitária, social e econômica.
Nesse cenário, o Prêmio Empreendedor Social adaptou sua 16ª edição para contemplar as iniciativas de maior impacto social.
Nesta segunda-feira (7), foram anunciadas em cerimônia virtual as Top 30 premiadas pelo Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19, concurso realizado pela Folha em parceria com a Fundação Schwab.
As 414 inscrições recebidas pelo edital passaram por vários filtros de avaliação até chegar a 30 finalistas. São dez vencedores em cada categoria: Ajuda Humanitária, Mitigação da Covid-19 e Legado Pós-pandemia.
“Estamos impressionados pela maneira como negócios sociais conseguiram crescer para ajudar milhões na pandemia”, afirma Hilde Schwab, cofundadora da entidade que reúne maisxde 400 organizações ao redor do mundo, parceira da Folha há 16 anos na realização da premiação no Brasil.
“É particularmente impressionante como empreendedores sociais brasileiros desempenharam papel vital em suas comunidades e estão na linha de frente no combate ao coronavírus”, avalia Hilde.
Para Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha, a premiação 2020 é única. “É um momento histórico para a filantropia e para o investimento social privado, que tiveram papéis fundamentais no socorro aos vulneráveis, no fortalecimento do SUS e na influência em políticas públicas.”
Ao parabenizar os 30 finalistas premiados, Dávila destaca que são todos vencedores. “O Brasil que emerge da pandemia é solidário, resiliente e empreendedor.”
Nesta edição especial, todos os candidatos que chegaram à final são premiados. O concurso não elegeu um vencedor, mas todos os destaques, numa lógica de estimular a colaboração e o trabalho em rede, e não a competição.
Em razão dos protocolos exigidos para evitar contágio pelo coronavírus, a cerimônia de premiação neste ano foi online e teve como mestres de cerimônias o apresentador Zeca Camargo, também colunista da Folha, e a atriz e produtora Maria Gal.
Os 30 destaques foram apresentados em vídeos pré-gravados, nos quais líderes de cada iniciativa resumiram em um minuto o trabalho desenvolvido para o enfrentamento da crise da Covid-19.
Ao final da cerimônia, foi apresentado um videoclipe com imagens dos finalistas recebendo em casa os certificados, cenas registradas pela Folha para serem exibidas na cerimônia.
O empreendedor social mais pontuado pelas avaliações da comissão e do júri em cada categoria foi convidado a aparecer no evento por videoconferência.
No caso de Ajuda Humanitária, o representante foi Celso Athayde, da Cufa, à frente da iniciativa Mães da Favela. "Neste ano tão difícil, toda pessoa e organização que atuou no beco, na favela, no bairro deveria ser premiada. Sem elas, nosso país viveria hoje um caos", disse Athayde.
"Só foi possível construir tudo isso por conta da ação em rede. Depois disso tudo, descobrimos que somos gigantes, não somente a Cufa, mas também as outras organizações."
Já em Mitigação, o convidado foi Gilson Rodrigues, do G10 Favelas e União dos Moradores de Paraisópolis, que liderou o Comitê das Favelas. "A Covid evidenciou todos os problemas da favela e nós mostramos que podemos ser solução, que somos potentes. Isso foi possível graças ao apoio de muita gente; foi um movimento de solidariedade que ajudou o Brasil inteiro a combater o coronavírus, enquanto o governo se mostrava indiferente", afirmou Gilson.
"A favela faz parte do Brasil e deve ser fortalecida. Que ela seja protagonista de suas ações, e que aconteceu em Paraisópolis aconteça em todo o país. A transformação será feita pelos favelados."
Por último, em Legado Pós-pandemia, subiu ao palco virtual o líder da ONG Gerando Falcões, Edu Lyra. "Quero agradecer e celebrar o que o Brasil fez nessa crise. Conseguimos destruir os muros que dividiram o país por tantos anos e construímos pontes, mostrando o quanto ganhamos quando trabalhamos juntos, cada um colocando o seu melhor, seja dinheiro ou paixão", relatou Lyra.
"Antes do Elon Musk chegar em Marte, a gente vai encontrar um jeito de interromper o ciclo da pobreza. Vamos ter um museu da pobreza inaugurado e mostrar que o Brasil é capaz de produzir soluções inéditas para os problemas da sociedade", finalizou.
O prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Ambev, Sesi/Senai, Coca-Cola Brasil e apoio da Vedacit. E conta com parceria estratégica de Ashoka, British Council, ESPM, Fundação Dom Cabral, Prosas, Pacto Global e UOL.
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