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Cuidadora contou com apoio de SMS para reforço escolar de vizinhos no Ceará

Usuária do Eduq+, ferramenta disponibilizada para escolas públicas, iniciativa premiada na categoria Legado Pós-Pandemia, um dos 30 destaques do Empreendedor Social do Ano

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São Paulo

A casa de Liduína Lima, 52, está sempre repleta de crianças. "Eu chego às 18h, depois do trabalho, e a casa fica cheia. Tem o Theo, o Gabriel, o Felipe, o Miguel..."

A lista é longa. Moradora de Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza (CE), ela não deu à luz a nenhum deles, mas se descreve como mãe de coração de todos.

Liduína já foi líder de jovens na igreja, hoje trabalha como vendedora em uma loja de artigos para bebês e sempre que tem um tempo livre se dedica a ajudar no cuidado das crianças da vizinhança.

Ela já acompanhou duas gerações. "Têm os que já passaram por aqui e hoje estão casados.” Ela é um suporte também para a sobrinha, que já acolheu em casa e que hoje mora perto. “Ela tem duas filhas que eu também ajudo a cuidar.”

Desde a pandemia e a interrupção das aulas online, ela tem voltado seus esforços especialmente para a educação das crianças e garantir que elas não fiquem defasadas no conteúdo.

Para isso, contou com a ferramenta Eduq+ disponibilizada para alunos de escolas da rede pública da capital cearense, graças a uma parceria da Movva, uma das 30 iniciativas de destaque no Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19.

"Os alunos estavam toda hora conosco e como não tinha aula presencial, assistiam tudo online daqui. Eu comecei a ajudar nas tarefas de casa e fui dando reforço”, explica a cuidadora que virou educadora.

Liduína sempre gostou de crianças e tem experiência no assunto, mas avalia que as mensagens de apoio via SMS, que fazem parte do programa de reforço escolar da Movva, foram muito bem-vindas, especialmente em um momento tão inédito como o de uma pandemia.

“Elas foram fundamentais e me ajudaram demais”, conta. “Eu recebo a mensagem no meu celular e repasso para os responsáveis. Eu queria que todas as mães recebessem.”

Liduína reconhece que pode ser difícil, mesmo para os pais, saber como ajudar e guiar as crianças neste período e que esse tipo de suporte pode ser um boa ajuda para guiá-los. “Além disso, dão autoestima pros alunos que sentem uma atenção que às vezes eles não têm”, diz.

Há um orgulho na voz quando Liduína conta que conseguiu ensinar os dois vizinhos de cinco anos, Gabriel e Samuel, a ler durante o isolamento social. “Eles estavam muito entediados então resolvi chamá-los, fiz brincadeiras, criei uma tabelinha, e comecei a ensiná-los.”

Quando a reportagem pergunta se um deles é a criança que aparece na foto do WhatsApp de Liduína , ela já embala para explicar que se trata de Luiz Felipe, de 2 anos.

“Esse daí vive aqui, dorme comigo, só vai pra casa da mãe de manhã quando vou pro trabalho. Quando chego, ele já volta correndo”, diz, entre risos.

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