Três brasileiras integram maior rede de empreendedorismo social do mundo

Com atuação em defesa da democracia, resiliência climática e vida na floresta, Alessandra Orofino, Angela Mendes e Katia Brasil fazem parte da rede Ashoka

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Três brasileiras passam a integrar a maior rede de empreendedorismo social do mundo. Com atuação em defesa da democracia, resiliência climática e vida na floresta, Alessandra Orofino, Angela Mendes e Katia Brasil são reconhecidas como empreendedoras sociais Ashoka.

Em todo o mundo, 3.800 pessoas que desenvolvem soluções para problemas urgentes e que geram mudanças sistêmicas fazem parte do movimento. No Brasil, são 381 empreendedores que influenciam transformações nas políticas públicas, nas práticas de mercado, em padrões de comportamento ou mentalidades.

Alessandra Orofino é cofundadora do Nossas, organização que promove o uso de múltiplas tecnologias de mobilização para defender a democracia e fazer pressão popular por justiça social.

Sua liderança levou à realização de mais de 200 campanhas, mobilizando mais de 1,6 milhão de pessoas e resultou na conquista de mais de 120 mudanças em políticas públicas. “A vida cívica será regenerada de baixo para cima e este novo Brasil vai inspirar a sociedade civil de outros países a fazer o mesmo", diz.

Angela Mendes coordena o Comitê Chico Mendes no Acre e co-lidera movimento de defesa dos povos tradicionais e indígenas, que passa pela articulação de uma nova Aliança dos Povos da Floresta.

Ela tem papel fundamental em ações visando a defesa de territórios, conhecimentos, cultura e modos de viver e produzir. “Queremos que os jovens percebam não só o valor econômico da floresta em pé e a importância de seus serviços ecossistêmicos, mas também seu processo de restauração identitária, com orgulho de sua ancestralidade seringueira", afirma.

Katia Brasil cofundou a Amazônia Real, primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos com sede na Amazônia. Ela capacita jovens indígenas, ribeirinhos e quilombolas com ferramentas e técnicas narrativas que fortalecem o pensamento crítico e a expressão de seus valores.

Para garantir canal direto entre as comunidades tradicionais e os jornalistas da agência, a Amazônia Real opera com uma rede de 100 jornalistas colaboradores e mais de 40 comunicadores distribuídos em 13 estados.

“Temos o compromisso de contribuir na formação e no resgate identitário, por meio de reportagens e artigos que contextualizem historicamente a população amazônica, para que a população se reconheça em sua história", comenta.

O processo de reconhecimento envolve pesquisa, visitas de campo, entrevistas, validação do impacto da inovação social com especialistas da área e análise do Conselho Global da Ashoka. Em 2020, o processo ganhou novos contornos e desafios, decorrentes da pandemia e da necessidade de realizar parte das etapas virtualmente.

“É com grande entusiasmo que reconhecemos as inovações sociais lideradas por Alessandra, Angela e Katia”, diz Rafael Murta, diretor de Comunidade e Territórios Transformadores da Ashoka. “Diante da complexidade dos problemas que se propõem a resolver, elas desafiam a lógica de um sistema desigual e traçam caminhos para construir coletivamente novas possibilidades.”

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