Equipar hospitais pelo país parecia fundamental para combater a pandemia que se avizinhava, em março de 2020. Um ano depois, sem trégua do vírus, a decisão acertada de um grupo de mulheres ajudou a manter o SUS fortalecido para a maior crise de sua história.
Foram R$ 40 milhões destinados a 60 instituições pelo Fundo Emergencial da Saúde. “Pelo menos metade dos recursos era direcionada para a compra de equipamentos, para deixar legado”, diz Paula Fabiani, presidente do Idis - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.
A ação, criada em março numa iniciativa conjunta do Idis, BSocial e Movimento Bem Maior, foi finalista do Prêmio Empreendedor Social do Ano em Resposta à Covid-19. Começou beneficiando hospitais filantrópicos de São Paulo e se estendeu para 25 estados.
Foram doados 2,8 milhões de EPIs, 125 mil testes para Covid-19 e 1.653 equipamentos hospitalares como camas, ventiladores pulmonares, respiradores, monitores e outros.
“Foi um trabalho em rede, descentralizado, onde se formou uma equipe focada e sem ego que trabalhou por uma urgência, um propósito único”, descreve Carola Matarazzo, do Movimento Bem Maior.
Em outubro, com mais de 10.500 doadores, o Fundo Emergencial para a Saúde finalizou a captação. “Os hospitais estão aparelhados e o SUS está mais preparado”, diz Fabiani.
O grupo deve lançar em abril uma publicação sobre o Fundo, narrando como foi colocar de pé, em uma semana, o plano emergencial que se transformou em uma das maiores campanhas do país durante a pandemia, segundo o Monitor de Doações da ABCR - Associação Brasileira de Captadores de Recursos.
“Queremos contar o que aprendemos nessa jornada, o passo a passo, como fazer chegar o recurso e a questão da transparência”, diz Fabiani.
Descrita como uma experiência incrível, mas também como “um processo de altos e baixos”, a campanha uniu um grupo de mulheres sensíveis e determinadas a obter soluções. “Criamos laços e buscamos possibilidades de atuar juntas novamente”, afirma a executiva.
No repique da pandemia neste ano, com a escalada da fome no país, empresas e pessoas voltaram suas contribuições para a assistência social. “Estamos agora analisando possibilidades para educação e geração de renda, que são pontos importantes para garantir a retomada.”
Como finalista na categoria Mitigação da Covid-19, o Fundo Emergencial para a Saúde vai à votação popular, concorrendo com outras nove iniciativas na Escolha do Leitor.
O público poderá eleger seu finalista favorito em cada uma das categorias em formato inovador no qual a enquete, no site da Folha, torna-se também plataforma de doação.
COMO VOTAR NA ESCOLHA DO LEITOR
Passo 1 Acesse folha.com/escolhadoleitor2021 e escolha a iniciativa que mais fez seus olhos brilharem
Passo 2 Clique no botão "Quero votar" e aguarde a confirmação
Passo 3 Faça uma doação para uma delas clicando em "Doar agora"
Passo 4 Preencha seus dados, valor da doação e clique em "Enviar"
Os vencedores, tanto os recordistas de votos quanto os líderes na captação de doações, serão anunciados ao longo de 2021.
As doações obtidas na Escolha do Leitor serão repassadas ao Hospital Santa Marcelina. “A importância das doações, de maneira objetiva, foi que nós tivemos materiais, medicamentos e equipamentos, mas a doação vem carregada de empenho, de pessoas que são solidárias e sabem que estão salvando vidas”, diz a irmã Rosane Ghedin, diretora-presidente da Rede de Saúde Santa Marcelina.
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