A Fundação Abrinq lança a campanha "Pode Ser Abuso" para alertar sobre sinais que podem indicar violência sexual contra crianças e adolescentes. A ação também reforça o papel da sociedade na proteção desse público.
Em 2020, o Disque 100 e o Ligue 180, do governo federal, receberam mais de 14 mil denúncias envolvendo algum tipo de violência sexual, que incluem abuso psicológico, agressão física, negligência e humilhação.
Uma média de 38 denúncias por dia. E o número pode ser bem maior, segundo a Abrinq, pois muitos casos permanecem em segredo.
A maior parte das denúncias se refere a adolescentes entre 12 e 17 anos, sendo que em 84% dos casos a vítima é do sexo feminino. O principal agressor, com 38% das denúncias feitas, é o pai ou a mãe, seguido por padrasto ou madrasta.
A Abrinq aponta que o problema se agravou com o fechamento de creches e escolas, deixando milhares de meninos e meninas ainda mais vulneráveis e expostos a diversos tipos de violência.
Antes do isolamento social, necessário para conter a pandemia de Covid-19 no Brasil, professores e educadores exerciam papel fundamental em ajudar a identificar mudanças de comportamento ou sentimentos negativos nas crianças.
“A Fundação Abrinq quer sensibilizar a sociedade a respeito dos sinais que as crianças demonstram quando expostas a situações de violência", diz Victor Graça, gerente executivo da organização. "Queremos unir forças e fazer com que esta situação saia do silêncio e os casos sejam denunciados."
A campanha lista sinais que podem identificar o abuso, como presença de marcas de agressão ou machucados, dificuldades para andar ou sentar, transtornos alimentares e alterações no sono.
Para denunciar casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, é preciso ligar no Disque 100. A ligação é gratuita e anônima. Também é possível denunciar no Conselho Tutelar, delegacias municipais, entre outros caminhos indica
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.