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Como a atuação empresarial pode contribuir com o ecossistema de impacto social

Agenda ESG exige posicionamento e compartilhamento público de compromissos

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Luís Fernando Guggenberger

Executivo de inovação e sustentabilidade da Vedacit, é membro do Comitê de Inovação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e do Conselho de Governança do Gife - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas.

A agenda ESG, sigla em inglês para práticas sociais ambientais e de governança, exige das empresas posicionamento e compartilhamento público de seus compromissos. É preciso dar transparência e apresentar seu nível de comprometimento e, com isso, demonstrar a diferença entre solidez na jornada versus práticas com ações de marketing bem elaboradas, mas que na verdade visam apenas lucro, e não impacto social e ambiental.

Apresentar o relatório de sustentabilidade é condição de subsistência, uma maneira concreta de dar visibilidade e transparência aos dados e compromissos para que a sociedade possa fiscalizar a atuação empresarial no campo.

Luis Fernando Guggenberger sorri para a foto
Luis Fernando Guggenberger, gerente-executivo de inovação e sustentabilidade da Vedacit - Arquivo pessoal

O relatório demonstra esse comprometimento, como a jornada está sendo construída e traz uma autocrítica, assumindo vulnerabilidades e o que pode ser melhorado.

A partir das reflexões sobre projetos desenvolvidos no ano anterior, a companhia alinha as expectativas para o ano seguinte e faz um planejamento mais preciso.

É claro que o relatório também é reflexo da estruturação da sua jornada. Desta forma, é fundamental pensarmos no primeiro passo para construirmos esta agenda ESG como pilar estratégico para as empresas.

Em seguida, o relatório dá publicidade às ações, contribui para a gestão dos indicadores, pode e deve evoluir para ferramentas como o GRI ("Global Reporting Initiative") e o "Relato Integrado", modelos internacionais referência na análise de resultados de medidas sustentáveis e de impacto social.

Tão importante quanto definir o formato, é preciso dar o primeiro passo para a transparência. Na Vedacit, assumimos o compromisso público em busca da certificação B, que reconhece e certifica empresas que unem lucro ao impacto social e ambiental.

Nossa pontuação no ano passado estava em 68 e temos a meta ambiciosa de terminar 2021 entre 85 e 90 pontos, para assim requerer nossa certificação. Mais do que um número, a pontuação demarca a evolução da empresa em relação às atividades realizadas.

O Brasil tem déficit de 5,9 milhões de domicílios e quase 25 milhões de habitações em condições inadequadas, segundo estudo da Fundação João Pinheiro.

É mais do que urgente olharmos com atenção para a qualidade das moradias no país. Assim, com o propósito de “transformar a vida de milhões de pessoas, melhorando as condições de habitação, fazendo da sua casa a nossa causa”, a Vedacit definiu seus critérios de atuação e, inspirada pelos protocolos ESG, estabeleceu metas para conectar conceitos e práticas de sustentabilidade com os negócios da empresa.

Entre as ações desenvolvidas, destaco nosso compromisso de produtos e serviços para baixa renda: até 2025, o objetivo é que 1,6 milhão de residências tenham acesso a reformas habitacionais, com assistência técnica acessível e qualificada.

Isso só será possível com trabalho em conjunto com parceiros que atuam nas comunidades e realizam trabalhos fundamentais. Entre eles estão Vivenda, Moradigna e Digna Engenharia, negócios que facilitam crédito para a população vulnerável e contratam profissionais das comunidades para a realização do serviço.

Também é fundamental a parceria com Artemisia e Coalizão Habitação. Em 2020, participamos da criação do Fundo Volta por Cima, iniciativa que concedeu empréstimos aos empreendedores e empreendedoras de negócios de impacto de periferia e de outros grupos afetados pela pandemia.

E, é claro, o Lab Habitação: Aceleração de Negócios, em sua quarta edição, com a proposta de fortalecer empreendedores com soluções destinadas a tornar mais saudáveis, dignas e confortáveis as moradias da população em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Muitos são os desafios no campo social, que incluem diversidade e inclusão, redução no consumo de água e emissões de gases de efeito estufa, uso de energia renovável, tratamento de resíduos sólidos e efluentes, saúde e segurança do cliente e do trabalho, além de inovação com servitização.

Temos consciência de que é um caminho a ser construído diariamente, com aprimoramento constante de nossas práticas. Este é apenas um passo de toda a jornada que iremos percorrer para contribuir com a criação de um ecossistema mais viável para o mundo e os negócios.

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