Uma editora voltada a escritores negros, um negócio para democratizar o acesso à educação tecnológica e científica e um laboratório de dados que produz narrativas audiovisuais da favela.
Estes são três de seis negócios criados e geridos na periferia que são destaques da segunda edição do Lab NIP, programa gratuito de aceleração da Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (Anip).
A seleção contou com 370 iniciativas, das quais Editora Kitembo, Gaia, LabJaca, Negrei e Visão do Bem se destacaram entre as 30 finalistas. As seis empresas vão receber capital-semente de R$ 15 mil cada, além de apoio personalizado conduzido pelo Emperifa, que possui foco em negócios periféricos da indústria criativa.
Alinhado ao conceito de inclusão produtiva, o Lab NIP é resultado da coalizão de A Banca, Artemisia e FGVcenn. “Nosso tom de voz é de abundância, algo novo quando se fala em empreendedorismo periférico e na vivência nas quebradas", diz DJ Bola, fundador da A Banca.
"Essa é uma conversa nova que está crescendo dentro das periferias, porque por longos anos estivemos imersos em discursos de escassez."
Os 30 negócios selecionados no programa geraram, em 2020, R$ 1,4 milhão em receita, empregando 170 pessoas. Outro dado é que 63% das empresas são liderados por mulheres, das quais 68% se autodeclararam pretas.
Em outubro, o Lab NIP se volta aos territórios periféricos do Norte e Nordeste do país, com a proposta de selecionar até 30 negócios para sete semanas de aceleração online. As inscrições já foram encerradas.
“Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) apontou que a pobreza cresceu de forma generalizada no país e em ritmo mais intenso no Nordeste e nos estados que possuem grandes centros urbanos", afirma Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia. "Temos que pensar na inclusão produtiva com eficiência e seriedade", completa.
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