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O poder de transformação social do mundo gamer

Coalizão Games4Good nasce para ampliar empoderamento digital de jovens e estimular a criação de jogos eletrônicos com propósito

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Rodrigo Baggio

Empreendedor social, fundador da ONG de empoderamento digital Recode e membro do Catalyst 2030

Devam Bhaskar

Diretor executivo do Instituto Alok e membro do Catalyst 2030

Não é de hoje que os jogos eletrônicos são um sucesso. Desde a criação do primeiro videogame doméstico, na década de 1970, o número de adeptos daquele que era considerado apenas um brinquedo foi crescendo exponencialmente, na medida em que a tecnologia também foi evoluindo e os consoles ficando cada vez mais realistas.

Hoje, o game é muito mais do que um passatempo. Segundo pesquisa da DFC Intelligence, de 2020, ele já faz parte da vida de 3,1 bilhões de pessoas, o que corresponde a cerca de 40% da população mundial.

três pessoas jogando videogame pelo computador
Tiago Leifert participa do Games4Good, criado pela ONG Recode - Divulgação/Recode

Inicialmente, podemos ficar assustados com esses dados, no entanto, se analisarmos a mudança de cenário pela qual o planeta está passando, principalmente com a pandemia, e a necessidade urgente de reinvenção, vamos perceber que o game pode ser uma ferramenta diferenciada para aproximar pessoas, olhar para problemas que tanto nos atrapalham no dia a dia, desde outras perspectivas criativas, assim como ampliar o empoderamento digital.

Somente no Brasil, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2020, realizada pelo Cetic.br, 100% das casas de classe A possuem acesso à internet, contra apenas 64% das classes D e E.

Isso amplia a importância do alcance de cada jogo, já que a maioria possui características que podem colaborar com uma série de habilidades pessoais, desde a concentração ao raciocínio mais rápido e menos tortuoso.

Além disso, no jogo é possível nascer confiança e alegria para maior empatia com as pessoas, criando infinitas possibilidades de desenvolvimento para esta qualidade que é um tipo de competência essencial para o século 21.

Em 2007, por exemplo, a designer norte-americana Jane McGonigal criou um jogo virtual onde as pessoas deveriam lidar com uma realidade onde o petróleo não existia.

Apesar de fictícia, a maneira com que era conduzida a narrativa incentivava os jogadores a tentar encontrar soluções que poderiam ser replicadas para a realidade, levando a formas mais limpas e sustentáveis de energia.

Imagine, então, quanto espaço existe para que surjam outros games assim, com o propósito de transformação e, ainda, criado e desenvolvido por jovens que buscam uma qualificação profissional?

É por isso que a Recode se uniu a parceiros para lançar o Games4Good. O objetivo é criar uma consistente coalizão do mercado gamer para que, juntos, atletas de diferentes esportes, influenciadores, representantes da iniciativa pública e privada possam se unir para ampliar o empoderamento digital.

O escopo é estimular a criação de jogos que preparem para o futuro, incentivando jovens a desenvolverem ideias que tragam soluções do mundo virtual para o real, resolvendo problemas da sociedade.

Dessa forma, além de promover uma nova geração de "tech changemakers", pessoas que usam a tecnologia para transformar a realidade das comunidades e regiões onde vivem, Games4Good quer gerar políticas públicas para fortalecer a inclusão digital, bandeira que a Recode defende há 26 anos.

Esse objetivo também converge com o Instituto Alok, que busca inspirar atitudes positivas para um mundo melhor. Recode e Instituto Alok acreditam que o desenvolvimento de games com propósito vai fomentar oportunidades para que jovens realizem a capacidade empreendedora com inovação, impacto social e geração de renda.

Para ajudar nessa conscientização, a Recode realizou em dezembro uma maratona virtual de inovação com mais de 700 participantes, que criaram 47 protótipos de jogos que podem influenciar soluções para problemas envolvendo temas como meio ambiente, diversidade, inclusão, saúde, violência contra a mulher e muitos outros. E vem muito mais por aí em 2022.

Como em um bom jogo "multiplayer", somente trabalhando em colaboração poderemos derrotar o "vilão" da desigualdade e da exclusão digital e provocar uma transformação, fazendo com que os jovens em vulnerabilidade troquem a mensagem de "game over" pela oportunidade de seguir à próxima fase.

Que tal se juntar a nossa aliança? Vamos "zerar" esse game?

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