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18/04/2011 - 15h25

Olhai os lírios do campo

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MARCUS VINICIUS BRANCAGLIONE DOS SANTOS *

Nada induz mais ao erro do que tentar prever aquilo que precisa ser construído. Entretanto, é impossível não olhar para o terceiro setor e ver o surgimento de um novo paradigma ou no mínimo o questionamento dos velhos.

Se os séculos 19 e 20 assistiram ao renascimento da solidariedade social e a contrarreação do autoritarismo; o século 21 começa com o delinear de um novo caminho, que parece não se prender em conceituações de direitas ou esquerdas, como se buscasse superar o conflito entre valores liberais e socialistas -ou, deveríamos dizer, incorporando-os para a construção do novo?

Seja na tentativa de superar a obsessão dos mercados por acumular sempre mais do mesmo ou na tentativa de concretizar direitos que são deveres de um poder público -cada vez mais poder e menos público; temos hoje neste 'novo' setor a manifestação das pessoas que buscam dar sentido não apenas a palavra sociedade, mas também ao exercício da cidadania, essência da democracia.

Como serão chamadas no futuro essas pessoas? Empreendedor social é uma palavra significativa, pois resgata o sentido tanto do empresário que não espera por empregos, mas gera trabalho, quanto lembra o princípio constituinte de toda empresa, o seu contrato social.

Mas não é propriamente a busca de reconhecimento a razão do envolvimento destas pessoas, que por vezes não só não são remuneradas, como chegam até a pagar do seu próprio bolso para realizar seu trabalho, e -surpresa- se realizam fazendo isto!

Quem sabe um dia a mera menção empreendedor social nos remeta a ideia não apenas do que fazemos, mas do por que fazemos. Assim como não nos surpreendemos mais quando um jovem decide ser médico, mesmo sabendo que irá passar o resto de sua vida adulta em meio a doenças e sofrimento.

Abnegação que nos faz lembrar que antes do prestígio e salário, ou mesmo antes de serem reduzidas a meros ganha-pão, as profissões nasceram da preocupação maior com o bem comum, expressão pessoal da vocação humana à solidariedade e cooperação: origem não apenas das profissões que merecem este nome, mas do sentido do próprio trabalho enquanto liberdade.

Resgatando, assim, um valor quase esquecido, contido em toda ação voluntária, livre do medo do amanhã. O qual já se encontra presente em alguns dos mais belos e antigos ensinamentos, como na frase de Cristo: "Olhai os lírios do campo, eles não trabalham e nem fiam e ainda assim nem Salomão se vestiu com a beleza de um deles". Fazendo-nos lembrar que remunerado ou não, o trabalho há que ser voluntário, fruto da vocação para o futuro e não do medo do presente. Enfim, trabalho social.

Marcus Vinicius Brancaglione dos Santos - diretor e coordenador de projetos da Oscip ReCivitas; sócio-diretor da TVONG; professor de "Associativismo e redes sociais" no IATS - Instituto de Administração para o Terceiro Setor Luiz Carlos Merege
Contato: marcus@recivitas.org.br


 
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