Consultor diz no Fiis que sociedade tem desafio com valores como ética e verdade

Para Ricardo Guimarães, 'cinismo corporativo e nas relações' tornaram passado e futuro incertos

Cristiano Cipriano Pombo
Poços de Caldas (MG)

Durante masterclass do Fiis ​(Festival de Inovação e Impacto Social) nesta segunda (5), em Poços de Caldas (MG), o consultor e publicitário Ricardo Guimarães afirmou que é um grande desafio hoje exercer valores na sociedade.

Após apresentar um panorama de mudanças na conduta das pessoas, exemplificado com jogos de videogame, Guimarães disse que questões como respeito, ética e verdade foram sempre importantes, mas como não foram bem praticadas antes, tornaram passado e futuro incertos.

“Há cinismo corporativo e até nas relações, basta analisarmos as fake news. Então a evolução caracteriza maior complexibilidade para as pessoas, a sociedade e as empresas.”

Para exemplificar a dimensão das mudanças, ele disse que basta analisar os jogos Pac-Man e Mario Bros, sensação nos anos 80 e 90, e Minecraft, lançado em 2009 e presente até hoje no mercado.

“Veja interação do jogador. No Pac-Man, você ia para um lado e para outro, ou para cima e para baixo, em movimentos predefinidos. No Mario, você já pula e vai, volta, aumenta a participação. E no Minecraft, onde o jogador faz o quer”, disse.

O consultor Ricardo Guimarães, fala com o público durante a palestra
O consultor Ricardo Guimarães durante a master class do Fiis (Festival de Inovação e Impacto Social), em Poços de Caldas (MG) - Keiny Andrade/Folhapress

Outro exemplo dado por ele é o uso de serviços de geolocalização GPS, no passado, e Waze, na atualidade.

Ele ainda diz que o “pessoal da sustentabilidade” errou por muitos anos por pautar o discurso na política, e não na ciência. “Hoje o mundo está pior. Antes, tudo era pautado em cargo e hierarquia, e hoje são fatos e dados.”

Guimarães ainda disse que a relação com o caos e a manipulação da realidade dão medo, mas a tecnologia permite que pequenas causas atinjam grandes efeitos. “Há missões difíceis, de entender Brexit, a eleição de Trump, o porquê de a corrupção ser associada só ao PT. Só esses temas já mostram a complexibilidade do momento em que estamos e as empresas se encontram. Mas uma chave para isso é amar o que faz e não esperar retorno.”

Um desses retornos que não devem ser esperados, diz ele, é acreditar que serão as empresas que irão corrigir a sociedade. “Como disse [o empresário] Jorge Paulo Lemann, é preciso investir em inovação e o maior ativo, da sociedade, de um país e de uma empresa, são as pessoas.”

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