Vitamina D não protege ossos de fraturas, diz estudo

Resultados valem para pessoas com osteoporose e carência comprovada da substância

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Gina Kolata
The New York Times

A ideia fazia tanto sentido que foi aceita quase sem questionamento: pílulas de vitamina D podem proteger os ossos de fraturas. Afinal, o corpo precisa dessa vitamina para que o intestino absorva o cálcio, de que os ossos precisam para crescer e se manterem saudáveis.

Entretanto, no primeiro grande estudo controlado randomizado, financiado pelo governo dos Estados Unidos, os pesquisadores relatam que as pílulas de vitamina D tomadas com ou sem cálcio não têm efeito sobre os índices de fraturas ósseas.

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Estudo indica que tomar vitamina D não diminui os riscos de fratura óssea - Christina Victoria Craft/Unsplash

Os resultados, publicados no The New England Journal of Medicine, valem para pessoas com osteoporose e até mesmo para aquelas cujos exames de sangue revelaram deficiência de vitamina D.

Esses resultados acompanharam outras conclusões do mesmo estudo que não encontraram apoio para uma longa lista de supostos benefícios dos suplementos de vitamina D.

Assim, para aqueles que tomam suplementos de vitamina D e os laboratórios que fazem mais de 10 milhões de testes de vitamina D por ano, um editorial publicado junto com o jornal dá um conselho: parem.

​"Os provedores devem parar de rastrear os níveis de 25-hidroxivitamina D ou recomendar suplementos de vitamina D, e as pessoas devem parar de tomar suplementos de vitamina D para prevenir doenças graves ou prolongar a vida", escreveram Steven R. Cummings, pesquisador da California Pacific Medical Center Research Institute, e Clifford Rosen, cientista sênior do Maine Medical Research Institute.

Há exceções, dizem eles: pessoas com condições como doença celíaca ou de Crohn precisam de suplementos de vitamina D, assim como as que vivem em condições em que são privadas de luz solar e podem não obter nenhum mineral de alimentos que são rotineiramente suplementados com vitamina D, como cereais e laticínios.

Um estado tão grave de privação de vitamina D, no entanto, é "muito difícil de ocorrer na população em geral", disse Cummings.

Os dois cientistas sabem que, ao fazer declarações tão fortes, estão enfrentando comerciantes de vitaminas, laboratórios de testes e pessoas que afirmam que o consumo de vitamina D, geralmente em grandes quantidades, pode curar ou prevenir uma ampla gama de doenças.

O estudo envolveu 25.871 participantes –homens com 50 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais–, que foram instruídos a tomar 2.000 UI (unidades internacionais) de vitamina D por dia ou um placebo.

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