Mães com estilo de vida não saudável têm maiores chances de filhos obesos

Prole de mulheres que têm hábitos equilibrados têm risco 75% menor de desenvolver obesidade

São Paulo

A maçã não cai muito longe da árvore, diz um ditado popular. Pelo menos no que se refere a hábitos saudáveis, isso parece ser verdade. Uma pesquisa publicada nesta quarta (4) na revista científica BMJ mostra que mães com estilo de vida que não é saudável têm maiores chances de que filhos desenvolvam obesidade.

Segundo o estudo, filhos de mulheres que levavam um estilo de vida saudável tinham um risco 75% menor de desenvolver obesidade, quando comparados aos filhos de mulheres que levavam uma vida mais insalubre.

Criança com obesidade segura uma maçã
Mães com estilo de vida saudável têm mais chances de filhos sem obesidade - Marcelo Justo/Folhapress

Além disso, quando tanto a mãe quanto a criança ou adolescente levam um estilo de vida saudável a chance de obesidade diminui em 82%.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo verificaram o IMC, a qualidade da dieta, regularidade de exercícios e consumo de álcool e cigarro de 16.945 mulheres, fatores que juntos compunham o estilo de vida da pessoa.

Especificamente quanto à dieta, os cientistas se focaram no consumo de vegetais, frutas, nozes, grãos integrais, ácidos graxos poli-insaturados, ácidos graxos ômega 3 de cadeia longa, consumo de carnes vermelha e processadas, bebidas açucaradas, gorduras trans e sódio.

A partir disso, tentou-se buscar os possíveis impactos que o estilo de vida da mãe tinha sobre seus filhos —as 24.289 crianças e adolescentes na pesquisa.

A pesquisa afirma que isso reforça evidências recentes encontradas em outros estudos que relacionam obesidade a fatores ambientais. Os cientistas citam, por exemplo, análises que demonstram que o risco de obesidade nos filhos dobra quando as mães eram obesas na infância e adolescência do rebento.

Outras pesquisas também já demonstraram que o nível de atividade física das mães e suas dietas influenciam a busca de exercícios e as escolhas alimentares de seus filhos.

Por outro lado, a pesquisa não achou uma correlação direta entre os padrões de alimentação das mães e obesidade em seus filhos. Uma possível explicação para isso é que a alimentação das crianças não ocorre exclusivamente em casa e recebe influência do ambiente alimentar escolar e da vizinhança.

De acordo com os pesquisadores, uma das limitações do estudo é que as mulheres participantes tinham níveis socioeconômicos e educacionais relativamente homogêneos.

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