Descrição de chapéu Saúde responde

Como não brigar por causa de política com a família e com os amigos?

Em primeiro lugar, vale analisar a razão custo-benefício da discussão prestes a acontecer

São Paulo

Com a aproximação do início da campanha eleitoral, surge uma questão séria —além da escolha dos nossos próximos representantes nos poderes executivo e legislativo. Em algum momento, um conhecido ou familiar vai citar uma posição polêmica de algum candidato.

Em primeiro lugar, vale analisar a razão custo-benefício da discussão prestes a acontecer. Vai acrescentar algo relevante à vida de alguém? Vai levar a alguma alteração de comportamento ou pensamento? O que isso vai custar?

Para conversas com pessoas mais radicais ou intransigentes, a solução é simples. “A chance de a discussão dar resultado [mudar a ideia do outro] é mínima”, diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-Br (International Stress Management Association).

Por isso, nesses casos, a melhor ação para evitar a dor de cabeça e problemas —que em alguns casos podem gerar ressentimento ou até mesmo violência— é a inação. Em outras palavras, deixa para lá! Se houver persistência do outro lado, até mesmo deixar o recinto pode ser melhor do que começar uma discussão que possivelmente sairá sem vencedores.

Lula (PT), Henrique Meirelles(MDB), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL)
Lula (PT), Henrique Meirelles(MDB), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL) - AFP

Seguindo nesse mesmo raciocínio, é necessário também cuidado para não morder as iscas jogadas pelos outros. “São necessárias duas pessoas para haver conflito”, diz Rossi.

Em casos menos radicais, o conhecimento de características dos amigos e familiares pode ser relevante para evitar discussões. “Se você sabe que a pessoa tem baixa tolerância a críticas e opiniões diferentes, o melhor é evitar tocar no assunto”, diz a especialista.

Por outro lado, sabe-se da importância e da necessidade, em um dado instante, de discutir política, candidatos e programas de governo. O principal nessa hora é o respeito à opinião alheia, que nem sempre será igual a nossa, afirma Mariângela Savoia, pesquisadora do programa de ansiedade do Hospital das Clínicas (HC) da USP.

Espera-se que diálogos construtivos sejam baseados em ouvir o argumento alheio e apresentar o seu próprio de forma assertiva. 

Savoia alerta ainda para possíveis armadilhas inconscientes. “Às vezes uma discussão sobre política está encobrindo divergências ou outras questões de família.” 

As principais dicas são:

  1. Saiba com quem você está discutindo;
  2. Se há intransigência do outro lado, não vale a pena insistir;
  3. Saiba ouvir;
  4. Apresente argumentos de modo claro e objetivo;
  5. Respeite opiniões diferentes da sua;
  6. Não misture política com rixas pessoais;
  7. Tenha em mente que sua opinião pode não estar correta.

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