Conflito no Iêmen deixa siameses sem cuidados

Um médico iemenita lançou um apelo para que se levasse para o exterior os siameses para poder separá-los

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Bebês iemenitas siameses; médicos sugerem separação
Bebês iemenitas siameses; médicos sugerem separação - AFP
Sanaa (Iêmen) e Riad (Arábia Saudita) | AFP

Chamou atenção internacional o caso de gêmeos siameses nascidos no Iêmen, que passa por um período de conflito.

Na última quarta-feira (6), um médico iemenita lançou um apelo para que se levasse para o exterior os siameses, que nasceram perto da capital para poder separá-los, já que suas equipes locais não teriam condições de fazer essa intervenção.

Após o pedido, uma equipe médica saudita diz estar disposta a buscar e tratar dos bebês hospital de Sanaa, a capital do Iêmen sob controle dos rebelde shuthis contra os quais luta uma coalizão árabe liderada por Riad (capital da Arábia Saudita).

Citado pela imprensa oficial saudita, o chefe da equipe, saudita, Abdallahal Rabia, médico e ex-ministro da Saúde, diz ter se oferecido para realizar, “no prazo mais rápido possível, o traslado dos dois bebês” para a Arábia Saudita.

Sua equipe estaria disposta a examinar o caso e a avaliar se é possível separar esses bebês, que têm menos de duas semanas de vida, afirma.

Segundo ele, os siameses têm duas cabeças, dois corpos, mas apenas uma genitália e duas pernas.

“Espero que sejam transferidos ao exterior o mais rápido possível”, declarou à AFP FayçalAl-Babili, chefe do serviço de Pediatria do hospital Al-Thawra, em Sanaa, que manifestou o seu desejo de que o aeroporto da capital reabra.

O aeroporto de Sanaa permanece fechado para voos comerciais, devido ao bloqueio aéreo imposto pela coalizão dirigida pela Arábia Saudita, que apoia o governo iemenita desde 2015 contra rebeldes huthis xiitas.

O conflito no Iêmen causou cerca de 10.000 mortes, a maioria de civis, e mais de 60.000 feridos, desde março de 2015, segundo um balanço parcial da Organização Mundial da Saúde (OMS). ONGs, no entanto, estimam que o número de mortes seja muito maior.

Segundo Babili, o sistema de saúde do país desabou desde o início da guerra. E, sem os equipamentos necessários, o hospital não pode realizar uma operação para separar os recém-nascidos.

Um cessar-fogo está em curso desde 18 de dezembro, segundo a ONU, têm havido avanços nas negociações.

No ano passado, na cidade de Ribeirão Preto (interior de São Paulo),foi realizada uma série de operações para separar as gêmeas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, de 2 anos e meio. Elas nasceram unidas pela cabeça.

A família das gêmeas é de Patacas, distrito de Aquiraz (CE).Atualmente as meninas passam por reabilitação com fisioterapia e fonoaudiologia.

Cerca de 40 pessoas, entre neurocirurgiões, cirurgiões plásticos, anestesiologistas, intensivistas, pediatras e enfermeiros se envolveram na última operação, concluída em 28 de outubro de 2018.

O valor de uma cirurgia como essa é calculado em US$ 2,5 milhões (R$ 9,3 milhões) na rede privada dos EUA. O caso é único na história da medicina brasileira.

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