Com sapatinhos, tintas azul e rosa, brinquedos e cartazes, o casal Marco Túlio Machado e Danielle Coelho resolveu fazer um ensaio de fotos enquanto aguarda a chegada do filho. A diferença de tantos outras fotos publicadas nas redes sociais está na frase estampada na camiseta dos dois: "Estamos grávidos do coração".
Há três anos na fila de espera da adoção, eles querem que o futuro membro da família veja depois o tamanho da expectativa para sua chegada.
“A gravidez na adoção é mais longa”, afirma Marco, 30. “Essas fotos acabam sendo um consolo para a espera que vem depois de entrar na fila do Cadastro Nacional de Adoções. As fotos viram um passo a mais no processo de gravidez.”
Em sua inscrição na fila o casal restringiu a idade: quer uma criança de até cinco anos.
Segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que coordena a lista, 15% dos pretendentes aceitam crianças até essa idade. Esse número vai caindo e chega a 0,07% para pessoas que aceitam jovens com até 16 anos.
Há, de acordo com o cadastro nacional, mais de 42 mil pessoas esperando para adotar e 5.027 crianças e adolescentes disponíveis para adoção.
“Eu quero muito que as crianças saibam que não foram nossa última opção”, diz Danielle, 30, referindo-se à opção do casal de não tentar terapias de fertilização —ambos têm problemas de fertilidade. “Quero que saibam que foram sonhados e esperados.”
O casal usa as redes sociais (@gravidez.docoracao, no Instagram) para contar a história do processo de adoção e diz receber mensagens com outras histórias relacionadas ao assunto.
O Dia das Mães é um momento delicado para Danielle, que costuma ser parabenizada por sua família pela chamada gestação invisível. “Este é mais um ano que eu espero pelos meus filhos”, diz Danielle. “No primeiro Dia das Mães com eles acho que eu vou chorar desde a hora em que acordar até ir dormir.”
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