Espiritualidade deve ser próxima da realidade, dizem monge e atriz

Haemin Sunim, 46, e Bruna Lombardi, 67, falaram sobre felicidade, fracasso e redes sociais em evento

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São Paulo

Não só de meditação vive um zen-budista. Segundo Haemin Sunim, monge sul-coreano best-seller e influente nas redes sociais, a sabedoria está na forma que encaramos os problemas cotidianos e os sofrimentos, como uma demissão ou o fim de um relacionamento.

Longe de viver uma vida reclusa, Haemin percorre o mundo falando sobre seus ensinamentos num ritmo mais acelerado do que ele próprio sugere para os leitores do seu livro “As Coisas Que Você Só Vê Quando Desacelera”, que já vendeu 3 milhões de cópias em todo o mundo. “Meu assessor sempre diz que sou eu quem precisa ir mais devagar”, brincou o monge, em um debate na quinta-feira (5), ao lado da atriz Bruna Lombardi, no Teatro Folha, em São Paulo.

Haemin e Bruna, que também fala sobre espiritualidade na internet, destacaram a importância de não negar nem reprimir emoções negativas como a raiva. “Sentimentos ruins são muito naturais. Eles não vão simplesmente embora. Então por que não dar uma passo atrás e observá-los? Assim, eles se transformam”, sugeriu o monge.

Bruna concordou e contou um episódio em que foi tirar satisfação com um homem, "muito grande e forte", que atirava pedras em um vira-lata magricelo. "Sou impaciente e não suporto presenciar agressões contra crianças e animais. O que tento fazer é canalizar essa energia para causas justas."

Com o dinheiro que ganhou dos livros que vendeu, Haemin criou em Seul a Escola dos Corações Partidos, que recebe pessoas que estejam passando por experiências difíceis e precisem de um espaço para conversar sobre suas emoções.

Bruna Lombardi, que também é poeta, criou o site Rede Felicidade, que está se tornando um clube virtual de compartilhamento de conteúdos.

Ambos concordam que as redes sociais, apesar de fontes de estresse e infelicidade, também podem ser bem utilizadas. Associá-las, necessariamente, a sentimentos negativos ignora que podemos escolher outras formas de interagir na internet, segundo eles. Haemin tem mais de 1 milhão de seguidores no Twitter, marca semelhante à de Bruna no Instagram. 

Monge zen-budista Haemin Sunim durante a bienal do livro no Rio de Janeiro - Ricardo Borges/Folhapress

Os dois consideram fundamental desconectar-se por algum tempo diariamente. O monge sugere que, se você tem meia hora, dê uma boa caminhada. Se tem 15 minutos, faça uma meditação. Se são 5 minutos, tome um café e relaxe. "Se você tiver apenas 10 segundos, sorria."

Bruna sublinhou a necessidade da observação. "Pegue um minuto para você, olhe uma flor, a lua, a calçada."

A empresária sul-coreana Seung Hee Park, 38, que mora no Brasil e estava na plateia, surpreendeu-se com a visita do conterrâneo ao Brasil. Apesar de não ter lido os livros do monge —ela o segue no —Instagram, a conversa foi uma chance de conhecer Haemin. “Ele é um grande influenciador na Coreia”, disse.

A conversa entre os dois, que lotou o Teatro Folha, foi mediada pela jornalista da Folha Teté Ribeiro.

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