Uma equipe de cientistas na Austrália disse na quarta-feira (29) que conseguiu criar com sucesso em laboratório uma versão do novo coronavírus que foi identificado na China. O feito pode ajudar a acelerar a criação de uma vacina contra a infecção.
Os pesquisadores do Instituto Peter Doherty de Infecção e Imunidade em Melbourne disseram que vão compartilhar a amostra, desenvolvida a partir da coleta de um paciente infectado, com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e laboratórios ao redor do mundo.
Um laboratório na China já tinha conseguido recriar o vírus com sucesso, mas divulgou apenas a sequência do genoma, e não a amostra em si.
Com a criação e o compartilhamento do vírus, vacinas e medicamentos podem ser testados em animais infectados.
"Mais pessoas podem fazer a cultura do vírus, usar a informação para desenvolver medicamentos, vacinas e melhor caracterizar a natureza desse coronavírus e sua transmissão", disse Raina MacIntyre, que dirige o programa de pesquisas em biosegurança do Instituto Kirby.
A amostra também poderia ser usada para gerar um teste de anticorpos que permitiria a detecção do vírus em pacientes infectados que não têm sintomas, segundo o Instituto Peter Doherty.
"Ter o vírus de verdade significa que agora temos a habilidade de validar e verificar todos os métodos de testes", disse Julian Druce, diretor do laboratório de identificação de vírus do instituto.
A China confirmou na terça (28) que o número de mortes subiu para 132. No total, são 5.974 casos confirmados de infecção.
O Instituto Peter Doherty é uma joint venture entre a Universidade de Melbourne e o Hospital Royal Melbourne. O Instituto Kirby é ligado à Universidade de Nova Gales do Sul.
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