Cientistas australianos criam coronavírus em laboratório para acelerar vacinas

Pesquisadores disseram que vão compartilhar a amostra com a OMS e outras equipes pelo mundo

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Melbourne (Austrália) | Reuters

Uma equipe de cientistas na Austrália disse na quarta-feira (29) que conseguiu criar com sucesso em laboratório uma versão do novo coronavírus que foi identificado na China. O feito pode ajudar a acelerar a criação de uma vacina contra a infecção.

Os pesquisadores do Instituto Peter Doherty de Infecção e Imunidade em Melbourne disseram que vão compartilhar a amostra, desenvolvida a partir da coleta de um paciente infectado, com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e laboratórios ao redor do mundo.

Um laboratório na China já tinha conseguido recriar o vírus com sucesso, mas divulgou apenas a sequência do genoma, e não a amostra em si.

Julian Druce e Mike Catton das instituições australianas responsáveis por criar o coronavírus em laboratório
Julian Druce e Mike Catton, representantes das instituições australianas responsáveis por criar o coronavírus em laboratório - Andrew Kelly/Reuters

Com a criação e o compartilhamento do vírus, vacinas e medicamentos podem ser testados em animais infectados. 

"Mais pessoas podem fazer a cultura do vírus, usar a informação para desenvolver medicamentos, vacinas e melhor caracterizar a natureza desse coronavírus e sua transmissão", disse Raina MacIntyre, que dirige o programa de pesquisas em biosegurança do Instituto Kirby.

A amostra também poderia ser usada para gerar um teste de anticorpos que permitiria a detecção do vírus em pacientes infectados que não têm sintomas, segundo o Instituto Peter Doherty.

"Ter o vírus de verdade significa que agora temos a habilidade de validar e verificar todos os métodos de testes", disse Julian Druce, diretor do laboratório de identificação de vírus do instituto.

A China confirmou na terça (28) que o número de mortes subiu para 132. No total, são 5.974 casos confirmados de infecção.

O Instituto Peter Doherty é uma joint venture entre a Universidade de Melbourne e o Hospital Royal Melbourne. O Instituto Kirby é ligado à Universidade de Nova Gales do Sul.

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