Países planejam resgate de cidadãos na China, mas chefe da OMS diz ser contra

Número de mortos passa de cem e casos confirmados já são mais de 4.000

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Reuters

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça-feira (28) que confia na capacidade da China de conter o coronavírus e declarou que não vê necessidade da retirada de estrangeiros do país, informou o Ministério das Relações Exteriores da China.

Foram confirmados 4.515 casos e 106 mortes até esta terça. 

Com isso, um número crescente de países tem afirmado que retirará seus cidadãos de Wuhan, uma cidade no centro da China com 11 milhões de pessoas e o epicentro do surto. Um avião fretado para retirar funcionários do consulado dos Estados Unidos deve deixar Wuhan na quarta-feira, disse uma porta-voz da embaixada dos EUA em Pequim. Algum espaço estava sendo oferecido a outros cidadãos norte-americanos.

A Índia disse estar se preparando para retirar seus cidadãos da província de Hubei, da qual Wuhan é a capital.

Existe uma preocupação cada vez maior sobre o impacto do coronavírus na segunda maior economia do mundo, em meio a proibições de viagens e um feriado prolongado do Ano Novo Lunar.

As ações globais caíram novamente, os preços do petróleo atingiram mínimas de três meses e a moeda chinesa caiu ao valor mais fraco em 2020.

O chefe da OMS disse, em uma reunião com o conselheiro de Estado Wang Yi em Pequim, que aprovou as medidas do governo para conter o surto, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

"Tedros disse que a OMS não defende que os países retirem seus cidadãos da China, acrescentando que não há necessidade de exagerar", informou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado. "Ele disse que a OMS está confiante na capacidade da China de prevenir e controlar a epidemia."

O chefe da OMS, que também se reuniu com o presidente Xi Jinping, não estava disponível para comentar. Um painel de 16 especialistas independentes da OMS se recusou, duas vezes na semana passada, a declarar uma emergência internacional por causa do surto.

O vírus semelhante à gripe se espalhou para o exterior, com Sri Lanka e Alemanha como os mais recentes países a serem atingidos, mas nenhuma das 106 mortes ocorreu fora da China, e todas, com exceção de seis, foram na cidade de Wuhan, onde o vírus surgiu no mês passado.

A Tailândia confirmou mais seis infecções entre os visitantes da China, elevando para 14, o número mais alto fora da China. As regiões do extremo leste da Rússia fecharão suas fronteiras com a China até 7 de fevereiro, disse a agência de notícias Tass, citando o governo regional.

O governo chinês de Hong Kong disse que os serviços de balsa transfronteiriça vão ser interrompidos.

Wuhan, onde o vírus aparentemente passou para um ser humano em um mercado ilegal de animais silvestres, foi praticamente colocada em quarentena, com um bloqueio no transporte e a proibição de reuniões.

A OMS disse que apenas um dos casos no exterior envolvia transmissão de humano para humano. "Estamos monitorando o surto constantemente", afirmou a OMS no Twitter.

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