Para conter coronavírus, China isola cidades e cancela eventos do Ano-Novo chinês

Governo ordenou cancelamento de voos e paralisação total do transporte público em Wuhan e Huanggang

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São Paulo

O governo chinês anunciou na quarta (22) o isolamento da cidade de Wuhan devido ao surto de coronavírus. Os serviços de ônibus municipais e intermunicipais, trens e balsas foram totalmente desativados. Todos os voos foram cancelados e passeios turísticos estão suspensos até o dia 8 de fevereiro.

Até o momento, cinco cidades foram isoladas: Wuhan, Huanggang, Ezhou Chibi e Zhijiang.

As restrições vão afetar dezenas de milhões de pessoas que se deslocariam por causa do Ano-Novo chinês, no sábado (25) — as autoridades estimam que 3 bilhões de viagens aconteçam dias antes do evento.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de casos confirmados de infecção por coronavírus chinês no mundo é de mais de mil casos, com 41 mortes.

Os países afetados são China, EUA, Tailândia, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Nepal, Vietnã, Singapura e França. 

Até o momento cinco cidade foram isoladas pelo governo chinês em tentativa de conter o coronavírus. Há 631 casos confirmados em nove países e 17 mortes (todas na China)
Até o momento cinco cidade foram isoladas pelo governo chinês em tentativa de conter o coronavírus. Há 631 casos confirmados em nove países e 17 mortes (todas na China) - NICOLAS ASFOURI/AFP

A ordem de paralisar os serviços de transporte público começou a valer às 10h15 (horário local). Os primeiros serviços a parar foram os de metrô e trens. Há relatos, na imprensa local, de passageiros presos dentro das estações. Situação similar foi relatada no Aeroporto Internacional de Wuhan Tianhe. Antes da paralisação, cidadãos foram informados que os ônibus voltariam para as garagens às 11h.

Cerca de 30 mil pessoas se deslocam de Wuhan diariamente, de acordo com informações de tráfego aéreo. Muitos outros usam transportes terrestres como trens e carros. A cidade é um hub industrial e comercial na região central da China, e tem o maior aeroporto e porto da região.

As autoridades de Wuhan ordenaram que todos os cidadãos utilizem máscaras, e a entrada de pessoas sem máscara em prédios públicos foi proibida sob pena de responsabilização legal.

"Aqueles que desconsiderarem o aviso serão punidos de acordo com as leis e regulamentos relevantes", diz o texto divulgado pelo governo de Wuhan.

Com a alta procura por itens como máscaras, roupas de proteção e desinfetantes, a sede da Cruz Vermelha na China disponibilizou um serviço de atendimento 24h para receber doações.

Os mercados estão lotados desde o amanhecer com cidadãos comprando e estocando mantimentos. As autoridades de comércio de Wuhan anunciaram que vão fortalecer o fornecimento de carne, ovos, vegetais e grãos.

O Ano-Novo chinês de Wuhan também teve eventos cancelados. Sete filmes que seriam exibidos no Festival da Primavera (que comemora a passagem de ano) tiveram suas estreias adiadas. Em 2019, comemorações do festival renderam cerca de 724,6 milhões de dólares (3 bilhões de reais).

O governo também vetou grandes aglomerações para a celebração em Pequim. A Cidade Proibida será fechada a partir de sábado.

O vírus 2019-nCoV

No dia 31 de dezembro de 2019, a OMS (Organização Mundial da Saúde) foi alertada sobre vários casos de pneumonia em Wuhan, na província de Hubei, na China. O vírus não parecia ser conhecido.

Uma semana depois, em 7 de janeiro, as autoridades confirmaram a identificação de um novo vírus que está sendo chamado temporariamente de 2019-nCoV.

A OMS está trabalhando com as autoridades chinesas e especialistas do mundo todo para saber mais sobre esse vírus, como ele afeta as pessoas, como deve ser o tratamento e o que os países podem fazer para responder a essa crise.

Veja o que se sabe sobre o vírus até agora.

Com The New York Times

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