Reino Unido, Rússia e Espanha confirmam primeiros casos do coronavírus

Autoridades britânicas não explicaram se pessoas infectadas foram recentemente à China

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Londres e Moscou | AFP

O Reino Unido confirmou nesta sexta-feira (31) os dois primeiros casos do coronavírus de Wuhan em seu território. O mesmo aconteceu com a Rússia, que informou ainda que pretende evacuar seus cidadãos de diversas regiões da China. A Espanha também teve seu primeiro caso confirmado. 

"Podemos confirmar que dois pacientes na Inglaterra, membros da mesma família, apresentaram resultado positivo", afirmou Chris Whitty, diretor do Serviço Médico da Inglaterra, em um comunicado divulgado pelo ministério da Saúde.

"Os pacientes estão sendo tratados por especialistas do Serviço Nacional de Saúde e recorremos a procedimentos usados no controle de infecções para evitar a nova propagação do vírus", completou.

Fontes médicas afirmaram que as pessoas que estiveram em contato com os pacientes estão sendo rapidamente identificadas.

As autoridades não explicaram se as duas pessoas infectadas viajaram à China recentemente.

Na terça (28), o Reino Unido pediu aos seus cidadãos que evitem, na medida do possível, viagens à China, e a companhia British Airways suspendeus seus voos até a China continental.

A vice primeira ministra da Rússia, Tatiana Golikova, disse em entrevista para agências de notícias do país que foram confirmados dois casos, ambos de chineses que vivem em regiões diferentes do território russo.

Ainda segundo ela, os pacientes estão isolados. "[Estamos começando a evacuar] 300 pessoas de Wuhan e 341 de outros pontos [da província] de Hubei", afirmou. Ela acrescentou que 2.665 russos que estão na ilha chinesa de Hainan devem ser tirados de lá até 4 de fevereiro.

A empresa aérea Aeroflot suspendeu a maioria de seus voos à China, mantendo apenas conexões em quatro cidades, denrte elas Pequim e Xangai, disse Golikova.

Antes, na quinta-feira (30), Moscou havia indicado que iria fechar a fronteira com a China para evitar a propagação do vírus.

O caso confirmado na Espanha é de um homem na ilha La Gomera, parte do arquipélago das Canárias. A pessoa faz parte de um grupo que está isolado e em observação após ter tido contato com um alemão infectado com o vírus.

ITÁLIA

Nesta sexta, o governo italiano declarou estado de emergência para acelerar a luta contra o novo coronavírus e evitar uma possível propagação, um dia depois da confirmação dos dois primeiros casos no país, em dois turistas chineses.

O estado de emergência é declarado com frequência na Itália, depois de terremotos, ou inundações, como as registradas recentemente em Veneza. É um mecanismo que permite ativar fundos e mobilizar organismos, como a Defesa Civil, com o objetivo de preparar estruturas de acolhida de pessoas.

A proclamação do estado de emergência não é uma surpresa depois do anúncio feito na quinta-feira pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, sobre os dois primeiros casos de coronavírus no país e a suspensão de todos os voos a partir e com destino à China.

De acordo com a imprensa italiana, o procedimento de emergência está previsto para seis meses.

Ao que parece, o casal infectado passou por Milão e estava em Roma quando os sintomas da doença apareceram na quarta-feira. Seu quarto de hotel foi isolado e ambos foram colocados em observação no hospital Spallanzani da capita italiana, o centro de referência para doenças infecciosas na Itália.

"Os pacientes estão bem, são jovens e é como se tivessem uma gripe. Não há terapia para esta infecção, é tratada como a gripe. Devem permanecer isolados por alguns dias", afirmou Giuseppe Ippolito, diretor do hospital Spallanzani.

Ele insistiu em tranquilizar os italianos, que começam a demonstra preocupação com as notícias.

"Os cidadãos devem permanecer tranquilos, porque o verdadeiro risco de contágio existe se as pessoas doentes já apresentam os sintomas e, assim que os dois turistas os apresentaram, seguimos os procedimentos previstos", disse.

"Estamos quase seguros que não aconteceram outros contágios", disse, antes de destacar que o "vírus não é transmitido durante a incubação, exceto em casos excepcionais", concluiu.

TAILÂNDIA TEM PRIMEIRO CASO INTERNO

Até o momento, a Tailândia registrou 19 casos de contágio pelo coronavírus de Wuhan, e um deles foi transmitido em seu território, afirmaram autoridades de saúde nesta sexta-feira (31).

A Tailândia foi o país que confirmou mais casos do novo coronavírus, além da China, nesta sexta. Agora, junta-se também aos países que já tiveram casos de contágio em seus próprios territórios, como Alemanha, Japão, Estados Unidos e França.

"Hoje registramos cinco novos casos de infectados com o coronavírus. Quatro são chineses de Wuhan. O quinto é um taxista tailandês que não viajou para a China, mas provavelmente já teve contato com turistas chineses", afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde, Sujum Kanjanapimai.

As autoridades não deram detalhes sobre o local de residência do taxista, mas asseguraram que está melhorando.

O governo tailandês não esconde sua preocupação com o impacto dessa epidemia no setor turístico, pilar econômico do país, visitado anualmente por milhares de turistas chineses.

EVACUAÇÃO

Também nesta sexta, a Alemanha vai enviar um avião militar para repatriar seus mais de cem cidadãos que vivem na cidade de Wuhan, epicentro da propagação do vírus, segundo o ministro das Relações Exteriores do país, Heiko Maas.

Eles não mostram sinais de infecções, mas serão colocados em quarentena em uma base militar para garantir que não estejam infectados. A chegada está prevista para a noite de sábado (1º), no aeroporto de Franfkurt, onde serão submetidos a exames médicos.

A Alemanha enviará ainda 10.000 roupas de proteção às autoridades chinesas, acrescentou.

A França também fez uma operação de evacuação em Wuhan, e 200 franceses vindos da cidade chinesa aterrissaram nesta manhã na base militar de Istres, no sudeste da França. Eles ficarão confinados por 14 dias.

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