Uma médica de Ribeirão Preto (SP) está sendo investigada pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina) por propagandear o uso de um "soro de imunidade" contra o novo coronavírus.
No mês passado, a Folha revelou que práticas semelhantes, sem embasamento científico e que podem causar danos aos pacientes, estavam sendo adotadas por profissionais médicos. As ofertas iam de "shots" de vitaminas a ozonioterapia.
Em vídeo postado em suas redes sociais, a médica Isabella Abdalla mostra gestantes recebendo o suposto soro de imunidade. Segundo ela, o produto continha vitaminas e substâncias antioxidantes.
"Gente, essa turma minha de gestante está uma mais maravilhosa que a outra. Todo mundo tomando soro para imunidade, né? Ficar imune do corona", diz ela, enquanto mostra imagens de duas grávidas recebendo o soro.
Em outro vídeo, Isabella afirma que as pessoas "estão desesperadas" com a Covid-19 e que os pacientes dela estão procurando muito o soro para imunidade.
Em nota, o Cremesp diz que a sindicância que vai apurar as eventuais infrações éticas cometidas pela médica vai correr em sigilo.
No domingo, Abdalla, que tinha saído das redes sociais, voltou a publicar um vídeo de esclarecimento.
Ela diz que que nunca disse que o soro de imunidade poderia curar, prevenir ou tratar o novo coronavírus e que corrobora com a nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Nutrologia de que não há evidência científica para o tratamento.
"Ele nada mais é que um conjunto de vitaminas e antioxidantes que pode melhorar o seu sistema imunológico."
Não há evidências de que esse tipo de produto melhore o sistema imunológico, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia.
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