Descrição de chapéu Coronavírus

Medidas de isolamento ajudaram a evitar maior avanço do coronavírus, diz ministro da Saúde

Para Mandetta, conscientização impediu disparada de casos; pasta fará pesquisa para verificar circulação do vírus

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Brasília

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta terça-feira (31) que medidas de distanciamento social e restrição à circulação adotadas em alguns estados ajudaram a evitar que o Brasil tivesse uma disparada de casos como ocorreu em outros países.

"Uma coisa podemos afirmar categoricamente: não entrou na espiral absoluta, na curva ascendente que entrou em Nova York e outras cidades porque houve essa parada e conscientização de todo mundo”, disse em coletiva de imprensa.

Para o ministro, muitos dos casos hoje registrados ainda têm sido confirmados com atraso de duas semanas. Nesta terça, o número de casos confirmados chegou a 5.717, com 201 mortes. Foi o recorde de registros de casos e mortes em 24h.

“Muito caso que está ocorrendo hoje é reflexo de 14 dias atrás”, disse.

Mandetta aproveitou a ocasião para reforçar o pedido para que a população siga medidas adotadas por governadores para restringir a circulação e diminuir aglomerações.

"Temos nem sete dias em casa. Por isso é importante manter. Por dois motivos. Um é diminuir chance de chegar nas grandes aglomerações [como favelas]. E outra é melhorar ao máximo nossas condições de trabalho, com equipamentos de proteção individual.”

Segundo ele, o Brasil é hoje um dos poucos países com algum estoque desses produtos –ainda assim, considerado baixo.

“Se a gente volta para uma atividade agora, pode acontecer de daqui a duas a três semanas começar ascendência [na curva] e não ter equipamentos de proteção individual, e temos que ir para um lockdown total", afirmou.

O secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, citou dados de análises preliminares feitas em São Paulo que mostram possível queda na taxa de transmissão –em vez de uma pessoa transmitir para até seis, dados iniciais mostram que a taxa passou a até dois.

Ele frisa, porém, que os números ainda precisam ser confirmados. Um dos principais fatores é a ausência de testes para todos os casos –protocolo atual prevê o uso apenas em pacientes internados com problemas respiratórios graves e em parte das amostras de síndrome gripal.

"Claro que o assunto teste tem que melhorar e muito", disse Mandetta em coletiva de imprensa.
Segundo ele, a pasta deve organizar em breve um inquérito sorológico, tipo de pesquisa para verificar áreas com maior circulação do novo coronavírus e estimativas de infecção no país.

A previsão é que o estudo seja conduzido pela Ufpel (Universidade Federal de Pelotas) e pela USP (Universidade de São Paulo).

A Folha revelou nesta semana que a ideia proposta pela Ufpel é testar 99 mil amostras no país. O estudo começará a ser feito pelo Rio Grande do Sul.

"A gente faz nas cidades por amostragem, usa um modelo matemático e fala: pelo número que tem ali, sabemos que um percentual de pessoas tem anticorpos", explica o ministro. "Isso vai ser um dos indicadores para saber momentos de acelerar e desacelerar".

Segundo ele, a expansão do uso de testes rápidos esbarra nos dados de sensibilidade do produto, com risco de ter resultados falsos negativos. ​

Ele diz que a expectativa da pasta é que parte dos testes que forem utilizados tenham sensibilidade de ao menos 40% --ou seja, de detectar até 40% dos casos. O percentual varia conforme o produto.

"Não estamos preocupados com sensibilidade absoluta, mas de perceber locais onde está circulando", disse ele, que afirma que a pasta continuará a usar testes também no modelo RT-PCR, considerado de maior grau de precisão.

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