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Para evitar contato, missa é celebrada ao ar livre em SP

Tradicional igreja Nossa Senhora do Brasil recebeu fiéis do lado de fora

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Padre celebrada missa  ao ar livre em frente à Paroquia Nossa Senhora do Brasil, em SP
Padre celebrada missa ao ar livre em frente à Paroquia Nossa Senhora do Brasil, em SP - Eduardo Knapp/Folhapress
São Paulo

Quando não passava um carrão importado forçando o ronco do motor, dava até para ouvir o canto dos passarinhos entre as orações. A tradicional igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América, por medida de segurança sanitária, recebeu os fiéis do lado de fora.

Foi na praça em frente ao belo templo, de estilo colonial modernizado, que os padres celebraram as missas do domingo. Em tempos de coronavírus, foram dispostas cadeiras na calçada a uma distância de ao menos 90 cm uma da outra. Os fiéis eram recebidos com borrifadas de álcool em gel nas mãos.

Pontualmente às 10h, a primeira missa começou, com direito a banda de música. Os ministros da eucaristia, encarregados da distribuição das hóstias, usavam luvas.

Os sacerdotes, que as ministram diretamente na boca das pessoas, embora não usassem luvas, também investiram em medidas de prevenção.

O pároco Michelino Roberto, 54, há 12 anos na Nossa Senhora do Brasil, conta que as hóstias vieram especialmente maiores, para permitir que o sacerdote a ministre com mais segurança. Elas costumavam medir 2,5 cm, mas agora alcançaram o dobro de tamanho.

Durante o pico da pandemia de coronavírus, as missas de domingo ao ar livre serão celebradas às 10h, às 11h15, às 12h30, às 17h e às 18h30, desde que não chova, é claro.

“As pessoas que estão dentro do que chamam grupo de risco devem ficar em casa e acompanhar as missas pela TV ou pela internet. Também podem pedir aos sacerdotes que as visitem em casa, levando-lhes a comunhão”, disse o padre. “Não vamos abandonar os doentes. Nem vamos deixar de celebrar as missas.”

Por causa do coronavírus, a arquidiocese cancelou as missas em igrejas de Campinas (SP). A pandemia também foi responsável pela suspensão das missas e eventos no Santuário de Aparecida, conforme determinação da Justiça no último sábado (14). Moradora de Jundiaí (SP), a assistente de vendas Silene de Fátima Silva, 33, veio passar o fim de semana em São Paulo com um grupo de 16 amigos católicos.

Entre uma refeição no restaurante e uma cervejinha no bar, foram assistir à missa a céu aberto na igreja Nossa Senhora do Brasil.

“Todos nós achamos a ideia maravilhosa. Melhor do que não ter missa, não é mesmo?”

A 6,5 km dali, o culto na Ibab (Igreja Batista da Água Branca) não teve público por causa do novo vírus. A celebração foi transmitida pela internet. Pela primeira vez em 30 anos como pastor, Ed René Kivitz falou para um auditório vazio. “A fé não imuniza”, disse ele. RO

Colaborou Laíssa Barros, do Agora

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