Descrição de chapéu Coronavírus

Witzel afirma que governo federal está 'em passo de tartaruga'

Governador do RJ responde a críticas de Bolsonaro a medidas apresentadas na quinta (19)

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), fez nesta sexta-feira (20) duras críticas ao governo federal na condução do combate ao avanço do coronavírus no país.

Witzel disse que a gestão Jair Bolsonaro está "em passo de tartaruga" e apontou uma falta de diálogo entre a União e os governadores. A fala foi uma resposta à crítica do presidente ao decreto que o governador editou na quinta, indicando o fechamento das divisas do estado para o transporte de passageiros --medida que depende de aprovação de agências federais.

"Nós não temos [governadores] diálogo com o governo federal. Não sou só eu. Os governadores para se comunicar com o governo federal precisa mandar uma carta", disse Witzel ao programa RJTV, da TV Globo.

Presidente Jair Bolsonaro acompanhado do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC)
Presidente Jair Bolsonaro acompanhado do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) - 11.out.2019 - Marcos Corrêa

O governador do Rio de Janeiro declarou que editou o decreto com medidas que dependem das agências federais para serem efetivadas a fim de apontar soluções.

"São os nossos hospitais que serão impactados e o governo federal ainda em passo de tartaruga. Só fiz o decreto para que o governo tome ciência das medidas que precisam ser adotadas e, de uma vez, acorde. É necessário acabar com essa atitude antidemocrática e ouvir os governadores", disse Witzel à Globonews.

Nesta quinta (19), Witzel baixou um decreto determinando que, a partir da meia-noite de sábado (21), a circulação de transporte interestadual de passageiros com origem em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Distrito Federal estará suspensa.

O documento também breca a operação aeroviária de passageiros internacionais ou nacionais com origem nesses mesmos estados —como a ponte aérea Rio-São Paulo, por exemplo—, mas não afetará operações de carga aérea.

“Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas, que não compete a eles, (como) fechar aeroporto, fechar rodovias. Não compete a eles fechar shopping, etc, a feira feira dos nordestinos no Rio de Janeiro, que está para fechar", disse Bolsonaro.

Bolsonaro disse que ficou "preocupado” com o decreto de Witzel.

“Parece que o Rio de Janeiro é um outro país, não é um outro país. Isso aqui é uma federação. Temos que tomar medidas equilibradas, porque cada vez mais leva o pânico para a companhia aérea. O pessoal mais pobre daqui a pouco vai ter problema de saque”, afirmou.

Na avaliação do presidente, o fechamento de comércios pode gerar a falta de oferta de alimentos. “O comércio para e o pessoal não tem o que comer. O vírus, em alguns casos, mata. O vírus mata, sim", disse o presidente. Para ele, muitas mortes vão ocorrer pela falta de comida em decorrência da crise.

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