Descrição de chapéu Coronavírus

70 moradores de rua com suspeita de coronavírus passaram por albergues em SP

Frades franciscanos que atendem a essa população também estão isolados

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São Paulo

Ao menos 70 moradores de rua com suspeita de coronavírus já passaram por equipamentos da Prefeitura de São Paulo.

Segundo informações de fontes internas da Secretaria Municipal de Assistência Social, atualmente há 57 moradores de rua nesta situação na cidade, em dois equipamentos diferentes voltados apenas para este público.

Um dos equipamentos, para casos suspeitos, fica na Lapa (zona oeste de SP) —este tem atualmente 55 pessoas.

O outro equipamento, na Vila Clementino (zona sul), é para casos confirmados, mas até agora só recebeu pessoas com suspeita da doença. Nesta terça-feira (14), havia duas pessoas no local.

A casa já recebeu um total de 15 pessoas, mas 13 delas receberam alta. Não houve a confirmação de infecção em nenhum dos casos, uma vez que os testes não são aplicados em todos os pacientes.

"Alguns estão sendo acompanhados mas os exames demoram muito para ter resultado", afirma o padre Julio Lancelloti, da Pastoral do Povo de Rua.

A reportagem conversou com vários moradores de rua na última semana, e vários deles demonstraram grande preocupação. Eles têm conseguido máscaras, por meio de doações, mas temem o contágio porque ficam muito aglomerados nas ruas e albergues.

De acordo censo municipal de São Paulo, a população de rua na cidade chegou a 24.344 pessoas em 2019 —um salto de 53% em quatro anos. Em 2015, as pessoas nessa situação somavam 15,9 mil. Do total registrado, 2.210 estão no grupo de maior risco, acima dos 60 anos.

Há ainda dois frades franciscanos sob suspeita de infecção, que estão em isolamento.

Os franciscanos estão entre os principais grupos que atendem aos moradores de rua, o que se intensificou durante a crise do coronavírus, quando muitos voluntários que ajudavam essa população estão sumiram das ruas.

Conforme a Folha vem mostrando numa série sobre a fome, os moradores de rua têm reclamado de falta de alimentos. Alguns relataram que chegaram a passar o dia só bebendo água, para enganar no estômago.

Especialistas entrevistados afirmam que problemas de higiene e a alimentação restrita aumentam a vulnerabilidade desta população.

A prefeitura instalou pias em vários pontos da região central, para facilitar a higienização. Também foram aumentadas as refeições distribuídas gratuitamente.

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