Diariamente, durante a crise do coronavírus, um colunista ou um blogueiro da Folha indica sugestões para o período de quarentena, como livros, filmes, séries, entre outras opções.
Veja as recomendações da colunista da Ilustríssima Angela Alonso, professora de sociologia da USP e pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.
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Para ler
Caderno de Memórias Coloniais
Ed. Todavia, 2018. R$ 38 (184 págs.). Kindle R$ 25
O romance combina, como poucos, assunto explosivo e estilo potente. De fundo autobiográfico, percorre, sem complacência, mas também sem juízos políticos fáceis, a experiência pessoal de uma família branca em meio ao desmonte do colonialismo português em Moçambique. A narrativa de tom confessional, lírica e sensorial, anda rente ao processo de descolonização, e, por vezes, beira a reportagem.
Quem tiver fôlego (quase 900 páginas) e bala na agulha (livro importado ficou proibitivo), o premiado “Yo Confieso”, de Jaume Cabré (Ed. Planeta, 2011), é leitura de primeira. Narra encrencas de uma família disfuncional, um amor complicado e uma amizade de vida inteira. É sobretudo uma historia do mal, contada a partir das peripécias biográficas de um violino, que passa de mão em mão ao longo de séculos, de inquisidores a nazistas, deixando sempre sua nódoa de sangue.
Para ver
Nada Ortodoxa
Netflix, 2020. 3h 35min
Nesta série curtinha (5 episódios), baseada na autobiografia da protagonista, os episódios descortinam, com riqueza de detalhes e economia de juízos, o funcionamento de uma comunidade judaica tradicional na Nova York contemporânea, sobretudo, mecanismos da opressão de gênero.
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