Em meio à pandemia que aumentou o número de enterros na cidade, a gestão Bruno Covas (PSDB) adiou para o próximo mês o processo de privatização dos cemitérios municipais, uma bandeira da gestão.
A abertura de envelopes para a licitação estava prevista para esta quinta-feira (16). No entanto, ela foi adiada para o dia 15 de maio.
Atualmente, alguns cemitérios já têm mais da metade dos enterros de casos suspeitos de coronavírus.
A privatização do serviço funerário é uma das bandeiras da atual gestão desde a época em que João Doria (PSDB), hoje governador, era prefeito. Um dos argumentos da administração é a melhora na eficiência do serviço, bastante criticado pela população, e também os diversos casos de irregularidades no órgão.
Por outro lado, funcionários afirmam que há um sucateamento proposital da estrutura para que o serviço funerário fosse vendido. "No momento, a licitação em curso é prejudicial e inoportuna, causa insegurança aos servidores que atuam no Serviço Funerário e na sociedade, pela alteração que acontecerá em relação a gestão e operação dos serviços prestados", afirma o Sindsep, que representa a categoria.
Atualmente, no cemitério da Vila Formosa (zona leste), o maior da cidade, mais da metade dos enterros é de casos suspeitos de coronavírus.
A prefeitura também comprou, em caráter emergencial, um sistema de cemitério vertical para guardar restos mortais, com operações de abertura, sepultamento, fechamento e exumação, por parte do serviço funerário. A compra custou R$ 2,7 milhões.
Conforme a Folha mostrou, aumentou em 41% a previsão de gasto com cemitérios na cidade de São Paulo.
Segundo a execução orçamentária, Covas aumentou de R$ 27,9 milhões para R$ 39,6 milhões a previsão de gastos com a rúbrica manutenção e operação de cemitérios.
Na sexta-feira (10), Covas publicou no Diário Oficial crédito suplementar de R$ 11,7 milhões para esta área.
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