O crescimento de casos confirmados e mortes causadas pela Covid-19 no estado de São Paulo vem se acelerando.
Segundo boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) nesta sexta-feira (24), São Paulo confirmou até o momento 17.826 casos da doença e 1.512 óbitos. Em 24 horas, houve 167 novos óbitos, o equivalente a 7 por hora.
Em um dia, 13 cidades paulistas passaram a ter ao menos um infectado, totalizando 269 municípios atingidos pela doença. Há mortes em 124 cidades.
Entre as vítimas, estão 890 homens e 622 mulheres. As mortes continuam concentradas em pacientes com 60 anos ou mais (75,8%), com prevalência na faixa etária entre 70 e 79 anos.
No ranking dos principais fatores de risco associados à mortalidade estão cardiopatia (59,9%), diabetes (42,7%) e doenças do pulmão (13,2%).
Enquanto os registros da doença aumentam, o índice de isolamento social diminui na região metropolitana de São Paulo. Nesta quinta-feira (23), a taxa ficou em 48%.
O coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus, David Uip, afirmou ter ficado preocupado com a quantidade de jovens aglomerados que presenciou em vários postos de combustíveis da capital. "Não pode haver relaxamento sem distanciamento social", ressaltou.
O governador João Doria (PSDB) disse nesta quinta (23) que, se o índice de isolamento não chegar a pelo menos 50%, vai rever a decisão de flexibilizar a quarentena na região metropolitana de SP, incluindo a capital paulista, a partir de 10 de maio.
O estado de São Paulo tem hoje cerca de 6.400 pessoas internadas por Covid-19 ou com suspeita da doença em hospitais públicos, sendo 2.477 em UTIs e 3.976 em enfermarias.
A taxa de ocupação dos leitos para atendimentos de Covid-19 em UTI no estado está em 57,7% —houve aumento superior a dois pontos percentuais nas últimas 24 horas. O aumento é de quase três pontos na Grande SP, onde a taxa é hoje de 76,9%.
Capital paulista muda a base de dados
Desde a última quinta (23), a Prefeitura de São Paulo adotou um novo critério para registrar casos confirmados de Covid-19 e óbitos devidos à doença.
Em seu boletim mais recente, veiculado à imprensa na noite desta quinta (23), a Secretaria Municipal da Saúde da capital paulista mencionava que passaria a adotar a variável "município de residência" ao contabilizar os casos.
A Folha solicitou à secretaria uma entrevista para compreender que impacto a medida poderia ter nos números, recebendo como resposta uma nota sobre o tema.
No texto, a prefeitura explicou que, nesta quinta-feira, adotou a variável “município de residência”, passando a contabilizar apenas as notificações dos casos de quem mora na cidade de São Paulo.
Caso o paciente atendido em São Paulo venha de outra cidade, o campo “município de residência”, disponível nos sistemas de notificações, é preenchido com a localização de sua moradia.
Antes eram contabilizados entre os números da capital também os casos de residentes em outros municípios e atendidos pela rede municipal de saúde.
A gestão Covas diz que a mudança tem como objetivo passar uma informação precisa sobre os casos confirmados e de óbitos de quem mora na capital.
No boletim municipal desta quinta, a capital paulista concentrava 1.124 mortes pela doença, com 11.025 casos.
Já o boletim informado pelo estado na tarde desta sexta aponta que a cidade de São Paulo tinha, até as 14h, 1.010 mortes —114 a menos do que reportado pela gestão Bruno Covas.
Pelos números estaduais divulgados nesta sexta, há 11.800 confirmações de Covid-19 na capital paulista —775 a mais do que o dado mais recente registrado pelo município, 11.025 casos, já após a mudança no critério.
Questionada sobre se a mudança nos dados do município pode causar discrepância entre os sistemas de notificação, a SES disse que a demora por parte dos municípios para registrar os números no sistema de vigilância estadual pode ocasionar diferenças.
A determinação é que esse registro seja feito em até 24 horas.
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