A pandemia de Covid-19, causada pelo Sars-CoV-2, o novo coronavírus, traz consigo um grande volume de informações. Não é trivial decifrar o que está por trás dos balanços oficiais brasileiros de números de casos confirmados e mortes, que certamente não traduzem a complexidade do cenário do país.
Até agora, o número oficial de casos positivos para a doença é composto basicamente por pacientes em estado grave —a recomendação é fazer testes apenas nessa amostra. Pessoas com sintomas leves e/ou que apenas tiveram contato com doentes, embora oficialmente sejam consideradas suspeitas de terem contraído a Covid-19 pelo Ministério da Saúde, não entram na estatística.
Também é preciso levar em conta que, como os sintomas levam dias para aparecer, e os resultados dos testes também podem demorar, os resultados de hoje são um retrato de até duas semanas atrás, como o próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse.
Uma questão importante do ponto de vista epidemiológico é saber quem já teve contato com a doença,
mesmo que não tenha apresentado sintomas. Essa verificação será feita com os testes rápidos, mais baratos, cuja compra foi prometida pelo governo para breve.
Sem essa informação, as previsões sobre como a pandemia se comportará no futuro se tornam ainda mais incertas. Especialistas apontam que as próximas semanas podem ser as piores em número de infectados e mortos, mas que as medidas de isolamento podem ajudar a reduzir o problema.
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