Descrição de chapéu Coronavírus

Estado de São Paulo tem 1.825 mortes por Covid-19

São 21.696 casos da doença; UTI do Hospital das Clínicas está perto da capacidade total

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São Paulo

Com a curva em ascensão, o estado de São Paulo chegou a 1.825 mortes em decorrência de Covid-19 e 21.696 casos, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde.

Uma a cada três mortes ocorrem fora da capital. Das 645 cidades paulistas, 131 têm registro de uma ou mais vítimas fatais da Covid-19. A doença já infectou pessoas em 288 cidades.

Entre as vítimas estão 1.066 homens e 759 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais (74,7%). A mortalidade ainda é maior na faixa entre 70 e 79 anos (25,58%).

Os fatores de risco mais associados à morte são cardiopatias (56,1%), diabetes (40,6%) e doenças pulmonares (11,5%).​

A capital paulista tem 14.104 casos da doença, com 1.272 mortes. A taxa de ocupação dos leitos de UTI dos hospitais municipais está em 72%.

Nas últimas 24 horas, 500 pessoas foram internadas no estado com suspeita ou confirmação de Covid-19. Até a tarde desta segunda-feira (27), 3.106 pacientes ocupavam leitos de UTI no estado e 4.810 de enfermaria.

Em todo o estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 59,8% —na Grande SP chega a 78,4%. No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a UTI está quase lotada —95% dos leitos ocupados.

Acesso ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas de São Paulo
Acesso ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas de São Paulo - Rubens Cavallari - 28.nov.2018/Folhapress

O governador João Doria anunciou nesta segunda-feira o funcionamento de mais 100 leitos de UTI no Hospital das Clínicas, que serão somados a outros 200 existentes —também há 700 de enfermaria— todos destinados ao tratamento da Covid-19. Os 40 primeiros novos leitos serão ativados até a primeira quinzena de maio.

Atualmente, o Hospital das Clínicas possui 400 pacientes internados com Covid-19, sendo 191 em UTI.

O Instituto Central do Hospital das Clínicas foi reservado para o atendimento da doença no dia 30 de março. No período, cerca de mil pacientes foram acolhidos e atendidos no instituto.

"Isso só foi possível porque tivemos tempo e locais para atender esses pacientes. Se esses mil pacientes chegassem a nossa porta em um dia, não teríamos condições de atendê-los", disse Eloisa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas, durante coletiva de imprensa no Palácio do Governo.

"Estamos nos preparando para a maior operação de guerra pela vida que o HC presenciou nos seus 76 anos de vida celebrado em abril", completa Bonfá.

"Para chegar a mais cem leitos, o HC recebeu R$ 24 milhões em doações de equipamentos, serviços, recursos financeiros e estrutura oferecidos pelo Banco BTG, pela Rede D'or e pelos hospitais Sírio Libanês, Albert Einstein e Beneficência Portuguesa", afirma Doria. Doações podem ser feitas diretamente pelo site.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, também anunciou nesta segunda-feira um aumento no número de leitos de UTI para atender a demanda de Covid-19. No início de 2020, o município tinha 507. A ideia era implantar mais 600.

Até a semana passada, a prefeitura trabalhava com a ampliação de 930 leitos de UTI e agora trabalha com a implantação de mais 1.361 leitos de UTI —metade será entregue até o final de abril e os demais em maio.

No Hospital Municipal de M'Boi Mirim (zona sul), a prefeitura inaugurou nesta segunda-feira nova ala com mais 100 leitos de enfermagem para tratamento da Covid-19, totalizando 514 específicos para Covid-19. "Aqui se torna a maior estrutura da América Latina com leitos exclusivos dedicados ao coronavírus”, diz Covas.

"Gostaria de salientar que frente ao número de leitos que o prefeito colocou e mais aqueles que podemos chegar, talvez a perto de 8.000 leitos, todos de UTI, não seremos suficientes se não ficarmos em casa e a taxa de isolamento não for mantida em torno de 60%. Sem isso, com todos esses leitos a gente ainda pode ter dificuldades", afirma o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

A doença também atinge os profissionais de saúde. Até o dia 22 de abril, 3.106 estavam afastados. Destes, 713 tinham confrmação de Covid-19, 2.354 estavam com síndrome gripal e 13 morreram.

Em relação aos testes de Covid-19, Germann reafirmou que não há demanda reprimida. Ele disse que até o início desta tarde 1.164 exames tinham sido liberados e 295 estavam em processamento. Segundo ele, no final de semana os laboratórios ficaram ociosos.

A taxa de isolamento social na região metropolitana de São Paulo ainda preocupa as autoridades. Chegou a 52% no sábado (25) e 58% no domingo (26), índice considerado abaixo do aceitável (60%) e do ideal (70%).

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